Sindicato da Construção, Geração, Transmissão e Distribuição
de Energia Elétrica e Gás no Estado de Mato Grosso
Com meta de atingir zero carbono até 2050, a indústria da aviação tem pela frente um desafio trilionário para substituir o consumo de querosene fóssil nas aeronaves, a partir do desenvolvimento de novos combustíveis e tecnologias de propulsão.
No curto e médio prazo, biocombustíveis drop-in derivados de biomassa e resíduos, também conhecidos como SAF (sigla em inglês para combustíveis sustentáveis de aviação) prometem apoiar o setor nessa transição, com um potencial de reduzir até 65% da pegada de carbono.
Mas a longo prazo, a desfossilização completa da aviação dependerá do hidrogênio renovável, aposta a fabricante francesa de aeronaves Airbus.
“Estamos desenvolvendo a próxima tecnologia, que é a desfossilização real, o combustível que não tem carbono. O que tem mesmo zero emissão de carbono é o hidrogênio”, explicou Giberto Peralta, presidente da Airbus Brasil em entrevista à agência epbr em junho.
O executivo observa que ainda há um investimento grande a ser feito em tecnologias de motores e aplicações, para viabilizar comercialmente o abastecimento com hidrogênio líquido.
Em dezembro de 2022, a fabricante apresentou o motor de célula a combustível movido a hidrogênio que está desenvolvendo para suas aeronaves de emissões zero. A previsão de lançamento é 2035.
Paralelamente, estuda hubs de abastecimento em aeroportos ao redor do mundo.
“A produção de hidrogênio já existe e ela é relativamente dominada. Tem que melhorar a tecnologia dos motores, da aplicação. Eu faço um paralelo com o avião elétrico. Não existe avião elétrico porque não existe bateria que consiga manter a carga de altíssima densidade com peso baixo. Quando essa tecnologia acontecer, vai existir avião elétrico. Com o hidrogênio é a mesma coisa”, diz Peralta.
“Comercialmente, não existe tecnologia de manter hidrogênio na forma líquida para ser transportado dentro do avião. Essa tecnologia está sendo desenvolvida. Quando tiver, vai funcionar”, completa.
O executivo conta que a Airbus está trabalhando com universidades em diversas frentes para avançar nesse sentido. Hoje, um dos focos das pesquisas é no armazenamento do hidrogênio – uma realidade dentro do laboratório, mas inviável na escala comercial.
Ao se associar, você passa a ter à sua disposição assessoria técnica e jurídica especializada.