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de Energia Elétrica e Gás no Estado de Mato Grosso

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Eletrobras e Suzano avaliam produção de e-metanol a partir de hidrogênio verde

Em: 02/07/2024 às 08:50h por EPBR - jornalismo e política energética

Pesquisas vão definir viabilidade técnica de uma unidade de produção de combustíveis sintéticos

Eletrobras e a Suzano, maior produtora mundial de celulose, anunciaram, nesta quinta-feira (26/6), uma parceria para estudar a produção de e-metanol feito a partir de hidrogênio verde – produzido através da eletrólise da água – e de CO2 biogênico, gerado da biomassa da unidade de produção da Suzano.

“[A parceria] visa avançar na produção de e-metanol, um ator fundamental no futuro da energia sustentável”, escreveu em sua rede profissional o vice-presidente de Comercialização e Soluções em Energia da Eletrobras, Ítalo Freitas.

A evolução das pesquisas vai definir a viabilidade técnica e econômica para a construção de uma unidade de produção de combustíveis sintéticos, também chamados de e-combustíveis.

Segundo Freitas, o acordo “visa atender à crescente demanda por hidrogênio de baixo carbono e derivados no mercado nacional e internacional”.

Desde o ano passado, a Eletrobras possui uma área dedicada a combustíveis sintéticos, pensando no uso final do hidrogênio verde que a companhia espera produzir.

Recentemente, a empresa assinou acordos com grupos privados e governos para fornecimento de energia renovável destinada à eletrólise no Ceará, Piauí, e Maranhão.

A companhia também acredita que o hidrogênio verde pode funcionar como armazenamento de energia, via amônia, e complementar o papel das hidrelétricas como as “baterias do sistema”.

Potencial de escalabilidade

Em comunicado, as empresas afirmam acreditar que a produção de combustíveis sintéticos a partir de CO2 biogênico e hidrogênio renovável é uma rota que apresenta demanda potencial e escalabilidade.

Na visão de Paulo Squariz, diretor de Energia da Suzano,  e-metanol, por exemplo, “é um dos candidatos mais prováveis para substituir combustíveis fósseis na indústria marítima”.

“Pretendemos avançar nos estudos em parceria com a Eletrobras para reforçar o diferencial competitivo do Brasil na bioeconomia mundial”, disse Squariz.

O CO2 biogênico gerado a partir da queima de biomassa e licor negro provenientes do processo de produção de celulose nas fábricas da Suzano pode ser capturado e misturado com o hidrogênio verde para produzir combustível  limpo.

A companhia é uma das maiores produtoras de energia proveniente de biomassa do Brasil.

Atualmente, a capacidade instalada de geração de energia da empresa de celulose totaliza 1,3 GW, e deve saltar para aproximadamente 1,7 GW quando entrar em operação uma nova fábrica de celulose em construção no município de Ribas do Rio Pardo (MS).

Potencial do setor de celulose

O setor de papel e celulose no país pode se destacar na produção de e-metanol. Uma vez que possui uma alta produção de biomassa para geração de CO2 biogênico e reúne grandes empresas capitalizadas e com expertise em exportação.

O Brasil é o segundo maior produtor global de celulose e o maior exportador, segundo dados do Instituto Brasileiro de Árvores.

Em 2022, o setor alcançou uma receita bruta de R$ 260 bilhões e bateu recorde de produção ao atingir 25 milhões de toneladas de celulose, representando 1,3% do PIB brasileiro. Já a participação do setor nas exportações nacionais foi de 4,3%.

Hoje, a área de árvores plantadas é de cerca de 10 milhões de hectares, predominantemente eucaliptos e pinus.