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de Energia Elétrica e Gás no Estado de Mato Grosso

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Brasil tem recursos, mas falta demanda de energia elétrica para novos projetos, diz Tolmasquim

Em: 19/06/2024 às 09:34h por EPBR - jornalismo e política energética

“Temos projetos renováveis, mas não tem mercado. Isso é uma crise? Não, é uma baita oportunidade”, afirma diretor da Petrobras

 

O diretor de Transição Energética da Petrobras, Maurício Tolmasquim, disse que o Brasil tem recursos e projetos para investimentos em energias renováveis, mas falta demanda por eletricidade.

“A gente tem um potencial enorme para uma neoindustrialização alavancada por essa eletricidade produzida por combustíveis renováveis. Não faltam fontes para gerar eletricidade”, disse durante o Energy Summit nesta terça (18/6), no Rio de Janeiro.

Tolmasquim lembrou que a demanda será crucial para avançar na descarbonização da economia e que setores como a siderurgia podem reduzir as emissões por meio da eletrificação.

“O que a gente está passando hoje? Nós temos projetos renováveis, mas não tem mercado. Isso é uma crise? Não, é uma baita oportunidade. A gente tem o que todo país queria ter, que é recursos, projetos e investidores prontos a investir”, disse.

Segundo o executivo, o Brasil poderia ampliar em cem vezes a capacidade instalada da fonte solar, por exemplo.

Ele lembrou ainda que o país é capaz de produzir combustíveis através da biomassa, o que é um grande diferencial do Brasil na transição energética.

“Temos um potencial enorme para fazer etanol, SAF [combustível de aviação sustentável], combustíveis sintéticos, e-metanol. Não podemos deixar passar essa oportunidade”, afirmou.

Nesse contexto, o executivo afirmou que o maior desafio da Petrobras é descarbonizar o portfólio de produtos.

A companhia considera entrar na geração de energia elétrica renovável, sobretudo, com projetos de geração solar e eólica terrestre, além de entregar combustíveis de baixo carbono, como diesel renovável, SAF, metanol e amônia verde. Outra possibilidade é prestar o serviço de captura e estocagem de carbono.

“O produto principal será por muitas décadas ainda petróleo e gás, mas vamos cada vez mais colocar o baixo carbono [no portfólio]”, ressaltou.