Sindicato da Construção, Geração, Transmissão e Distribuição

de Energia Elétrica e Gás no Estado de Mato Grosso

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EPE: Consumo aumenta 5,5% em abril, o segundo maior desde 2004

Em: 03/06/2024 às 09:09h por Canal Energia

Expansão de 5,5% foi puxada por incrementos de 9%, 6% e 3,3% nas classes residencial, comercial e industrial

 

O consumo de energia elétrica atingiu 47.338 GWh em abril, subindo 5,5% na comparação anual. Segundo dados do último boletim da Empresa de Pesquisa Energética, este foi o segundo maior consumo mensal de toda a série histórica, realizada desde 2004. A classe residencial liderou com taxa de expansão de 9,1%. Comércio e indústria também cresceram, 5,9% e 3,3%. Já a demanda acumulada nos últimos 12 meses foi de 543.954 GWh, alta de 6%.

A indústria consumiu 16.364 GWh no mês, o maior valor de todos os compilados da EPE. O aumento foi disseminado por quase todas as regiões do país, com Centro-Oeste (5,5%), Sudeste (5,1%), Sul (2,7%) e Nordeste (0,9%). Já no Norte houve redução de 2,8%, devido a parada programada de manutenção em grandes unidades do setor de mineração.

Em abril, 27 dos 37 setores industriais monitorados consumiram mais na comparação interanual. A demanda nos setores eletrointensivos cresceu 2,8% na média, enquanto nos demais a taxa foi de 5,1%. Entre os dez maiores consumidores desse grupo, oito tiveram elevações, porém apenas três deles acima da média do segmento.

Destaque para fabricação de produtos alimentícios (6,9%), beneficiada pela alta no consumo das famílias e exportações de carne bovina e açúcar, bem como a metalurgia (3,5%), influenciada pela baixa base de comparação de 2023, pela queda no consumo de eletricidade em uma grande unidade de alumínio do país em abril daquele ano. Outro acima da média no período foi a fabricação de produtos de metal (8,9%).

Por outro lado, a fabricação de produtos químicos diminuiu seu consumo em 2,9% em função de redução na produção em uma grande unidade de cloro-soda do Nordeste. Já a fabricação de produtos têxteis computou recuo de 0,7%.

Nas residências, explicou a EPE, ainda que o resultado tenha sido positivo, o consumo registrou o menor valor da classe desde dezembro de 2023: 14.950 GWh. Um fator atenuante foram as chuvas em grande parte do Brasil, já que a expansão do consumo no mês de abril foi resultado de temperaturas acima da média e ondas de calor devido ao fenômeno climático El Niño.

Adicionalmente, a elevação do número de consumidores, a melhora dos indicadores de emprego e renda também favoreceram o aumento da demanda no mês. Todas as regiões e estados tiveram taxas positivas: Norte (19,4%), Nordeste (12,8%) e Centro-Oeste (12,6%) foram os maiores destaques. Entre as Unidades da Federação, as maiores variações ocorreram em Roraima (34,2%), Amapá (32,3%) e Acre (27,4%).

Já nos comércios o resultado representa o segundo maior valor da série histórica: 9.044 GWh. O bom comportamento do setor, o forte calor e a ampliação da base de consumidores motivaram o desempenho. Outros artigos de uso pessoal e doméstico, artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria e hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo são os que mais podem ter favorecido o consumo na análise da EPE.

Todas as regiões apresentaram incremento no período. A Norte (11%) foi a que mais cresceu, seguida pelo Nordeste (7,7%), Sul (7%), Sudeste (4,9%) e Centro-Oeste (3,2%). Entre os estados, destaque para Tocantins (19%), Espírito Santo (16,9%) e Acre (16,3%).

A linha de consumo Outros ficou com os demais 6.981 GWh.

ACR x ACL

Quanto ao ambiente de contratação, o mercado livre atingiu 19.542 GWh, respondendo por 41,3% do consumo nacional em abril, crescimento de 9,4% no consumo e de 27,3% no número de novas unidades. O Centro-Oeste foi a região que mais expandiu o consumo (12,1%) e o Norte foi a que mais aumentou o número de consumidores (46,6%). Já o mercado regulado chegou a 27.795 GWh, representando 58,7% da demanda, alta de 2,9%. O número de unidades consumidoras cresceu 1,2%, apesar da migração ao ACL. Norte registrou o incremento mais elevado (13,2%), assim como em volume de consumidores (+4,3%).