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Setor eólico no Brasil prestes a receber a ‘invasão chinesa’

Em: 15/09/2023 às 10:43h por Canal Energia

Goldwind está mais à frente com anúncio de fábrica na Bahia, Sany está com planos de ter sua planta no país, enquanto Envision e Mingyang estreiam no Brazil Windpower em 2023

 

O Brasil está próximo de passar por um aumento no número de novas fábricas de aerogeradores. Enquanto a GE anunciou a saída do país por uma questão estratégica global, a Siemens Gamesa interrompeu a produção momentaneamente, empresas orientais, mais especificamente chinesas, começam a avançar no país. Entre elas estão fabricantes globais que figuram entre as 10 maiores produtoras de aerogeradores e uma delas em 15º em rankings internacionais. Essas empresas atuam em soluções integradas de olho na transição energética com H2 verde, solar e em geração offshore.


A Goldwind está um passo adiantado, pois anunciou o acordo com estado da Bahia para uma fábrica. E ainda há a Sany, que já começa a se movimentar. Outras duas empresas que estrearam no Brazil Windpower 2023 também mostram, com essa presença, interesse no mercado brasileiro, são elas a Envision e a Mingyang.


Uma dessas novas entrantes é a Sany. A fabricante de equipamentos relacionados à transição energética estuda o mercado nacional há alguns anos. Mas sua chegada efetiva ao país deu-se no ano passado com o estabelecimento de um escritório no país. De acordo com o gerente geral da empresa no Brasil, Zheng Jianya, a estrutura da empresa vem aumentado, com mais pessoas no país. A meta é chegar a ter uma unidade de produção por aqui.


“Nosso compromisso com o Brasil é de longo prazo tanto que iniciamos o processo de adesão à Abeeólica”, revelou ele durante o evento que é realizado pelo Grupo CanalEnergia, by Infoma Markets, em parceria com a ABEEólica e o GWEC.


No caso da Goldwind, conforme contou Roberto Veiga, vice-presidente Brazil da companhia, a meta é de iniciar a operação de sua planta produtiva no ano que vem. A plataforma que ofertará ao mercado é a partir de 7,2 MW de capacidade instalada e que poderá chegar até a 9 MW. A perspectiva é de que não fique apenas em uma unidade. A hora que o setor eólico offshore avançar, a tendência é de que possa colocar nova fábrica dedicada.


As outras duas empresas estão entre as 10 maiores e estrearam no BWP. No caso da Envision, a ideia é trazer a solução integrada ao país. A empresa estreou no evento de olho em todo o mercado nacional, mas prioritariamente no onshore, que é onde tem maior experiência. Mas a empresa tem uma solução integrada que inclui além da energia eólica de produção própria, o uso da solar e ainda a produção de hidrogênio verde e amônia.


No caso da Myngyang, a empresa apresentou suas credenciais também por meio de projetos integrados. Inclusive em alto mar com a produção de H2 no local da geração eólica offshore. A companhia aparece em diversas listas de produção de energia em 9º lugar entre os maiores do mundo. A empresa já está fisicamente por meio de escritório em São Paulo.


Esse interesse, disseram especialistas ouvidos pela reportagem, mostra as perspectivas de crescimento e expansão do mercado nacional por conta da transição energética brasileira e o posicionamento do atual governo, mas que precisa ser uma política de Estado, que seja duradoura.


Um outro sintoma que mostra a oportunidade vem de anúncios de investimentos que têm como meta o longo prazo, não considerando tanto a conjuntura do momento de preços baixos. Sinalização das duas empresas chinesas que já estudaram o país, querem fábricas e ficar por bastante tempo por aqui.


De acordo com o site da ABEEólica, atualmente há entre suas associadas cinco grandes fabricantes de aerogeradores de grande porte, a GE, Nordex Acciona, Siemens Energy, Vestas e a brasileira Weg.