Sindicato da Construção, Geração, Transmissão e Distribuição
de Energia Elétrica e Gás no Estado de Mato Grosso
Um clima de divergência dificulta a formação de consenso para a resolução de uma série de questões envolvendo novos desenhos de mercado e aspectos institucionais e regulatórios para as tomadas de decisão no setor elétrico brasileiro. Esse é o principal desafio elencado pelo diretor de Estudos Econômico-Energéticos e Ambientais da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Giovani Machado, durante sua apresentação no evento Transição Energética: Gerenciando Riscos e Oportunidades, organizado pela consultoria Marsh McLennan na tarde dessa quarta-feira, 5 de julho, no Rio de Janeiro.
“O maior problema é de software, muito mais do que de hardware. Como vamos sentar na mesa e negociar com um mercado mais aberto, com mais agentes e mais interesses?”, questiona o executivo, afirmando ser preciso construir um jogo que resulte em uma soma positiva, onde todos agentes e o Brasil ganhem um ambiente de previsibilidade e consenso para os investimentos necessários.
Em entrevista à Agência CanalEnergia após o painel, o especialista ponderou ser preciso acertar as questões de calibração do ritmo de saída de subsídios ao setor, citando a necessidade do rebalanceamento de precificação do sistema de forma geral, vendo certa dificuldade até como sociedade em encontrar o equilíbrio dos diferentes interesses que permeiam o segmento. “Se por um lado os incentivos oportunizam acelerar a descentralização e reduzir a emissão de gases de efeito estufa, por outro trazem mais desafios técnicos como o escoamento da transmissão e o crescimento da geração distribuída”, avalia Machado.
Ele reforça ainda que como essas mudanças envolvem impacto na rentabilidade dos mais diversos ativos, não seria algo trivial encontrar a solução se os agentes não toparem uma negociação coordenada, onde todos cedem um pouco. “Se não equacionar esses desafios o sistema não vai se desenvolver como um todo”, pontua, analisando a transição energética como um processo e não uma virada de chave, onde é preciso olhar para as novas tecnologias mas também os modelos de negócio que contemplem todas as capacidades financeiras da população.
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