Sindicato da Construção, Geração, Transmissão e Distribuição
de Energia Elétrica e Gás no Estado de Mato Grosso
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A crise do Grupo Rede, que controla nove distribuidoras de energia elétrica no País, parece não ter fim. Nesta segunda-feira (23/4) a Cemat, empresa da holding que atende o Mato Grosso, resolveu que não vai pagar os dividendos mínimos obrigatórios a seus acionistas. Em reunião do Conselho de Adminstração, foi aprovada uma proposta para retenção desses valores devido às dificuldades financeiras pelas quais passa a concessionária.
Em nota enviada à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a Cemat afirma que a mudança nos planos aconteceu "em razão da necessidade de iniciar processo de renegociação de compromissos financeiros" com credores. Diante desse quadro, "a distribuição do dividendo mínimo obrigatório passou a ser incompatível com a situação fiananceira da companhia".
De acordo com o texto, a percepção aconteceu principalmente "durante as últimas duas semanas", o que fez a administração optar, "conservadoramente" por reter o lucro "como forma de reforçar as reservas", melhorar os índíces e precaver-se contra eventuais demandas extraordinárias de recursos no curto prazo, favorecendo assim a condução do processo de renegociação de dívidas.
O que ficou acertado é o pagamento de R$15,3 milhões a título de juros sobre o capital próprio, conforme já anteriormente aprovado e divulgado. O que exceder esse valor ficará retido e registrado em reserva especial. Caso esse montante não seja absorvido por prejuízos, deverá ser pago como dividendo "assim que o permitir a situação financeira da companhia".
O Grupo Rede é dono também da Celpa, distribuidora que atende o Pará e entrou com um pedido de recuperação judicial, e da Enersul, que, assim como a Cemat, está com as tarifas bloqueadas pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). As duas concessionárias têm dívidas setoriais e por isso não podem aplicar reajustes nas tarifas.
A Rede Energia apareceu ainda em ranking da consultoria Economática como a empresa do setor elétrico com maior prejuízo na América Latina em 2011 - foram US$377,7 milhões em perdas.
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