A Cemig não deve participar do leilão dos ativos de geração que não tiveram suas concessões renovadas. Na última sexta-feira, 29 de março, a UHE Três Irmãos foi leiloada e teve Furnas como vencedora, apresentando um único lance. De acordo com Stefano Vivenza, gerente de relações de mercado da empresa, o custo benefício que esses ativos apresentam não são atraentes para a empresa. “É importante ver que a relação risco-retorno não é favorável para a empresa”, afirmou. Ele esteve presente nesta segunda-feira, 31 de março, em reunião com investidores no Rio de Janeiro.
Vivenza explicou ainda que por conta da decisão da empresa de não renovar as concessões dos seus ativos vincendos, a Cemig vai ter que devolver quase 1000 MW de energia. No último ano, a empresa teve uma queda de receita ocasionada pelo processo da lei 12.783. A empresa ainda busca junto ao governo mais indenizações por investimentos que ela julga não amortizados, como os realizados na UHE Três Marias. Ele frisou que toda a energia que vinha dessas usinas que serão devolvidas já foi substituída. “A Cemig não vai ficar exposta”, avisa.
Para garantir a expansão do portfólio de geração, a Cemig tem focado em empreendimentos de fonte hidrelétrica de médio porte. A empresa participou no ano passado dos leilões das usinas de Sinop (MT – 400 MW) e São Manoel (MT – 700 MW). Para Vivenza, a empresa não se saiu vitoriosa por ter feito lances considerados racionais. “O compromisso é o de agregar valor, sem fazer loucura”, observa.
Ainda no fim do ano passado, a empresa criou com a Vale a Aliança geração de energia, uma joint-venture que agrega os ativos de energia convencional que as duas empresas tem em conjunto. Segundo Vivenza, a empresa estuda no futuro lançar ações da Aliança no mercado financeiro. Ainda segundo o executivo, essa associação criou uma empresa com condições de crédito melhores que as da Cemig, por não ser estatal.