Em: 28/03/2014 às 13:36h por G1

O presidente da Eletrobras, José da Costa Carvalho Neto, defendeu nesta sexta-feira (28) uma “intensificação” no país de medidas para economia de energia. A meta oficial do governo para 2014 é de uma redução no consumo de até 3% em relação à demanda prevista mas, na visão dele, há espaço para ampliá-la.

Carvalho Neto fez a declaração ao comentar entrevista concedida pelo ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, ao jornal norte-americano “Wall Street Journal.” De acordo com a reportagem, o ministro afirmou que o governo brasileiro pode lançar uma campanha para encorajar a população a usar energia com mais eficiência e garantir que não haja falta de luz durante a Copa do Mundo.

No início da tarde desta sexta, o Ministério de Minas e Energia divulgou uma nota para esclarecer que, durante a entrevista ao jornal, Lobão afirmou que, “independentemente do quadro atual, não se recusaria a recomendar à população que siga o seu exemplo pessoal de evitar o desperdício de energia, mas sem referir-se especificamente a qualquer evento.”

O governo vem sendo questionado sobre as razões de não realizar uma campanha para incentivar a população a economizar energia, em meio a temores crescentes de um novo racionamento no país provocado pela queda acentuada no nível de armazenamento dos reservatórios. A situação é provocada pela falta de chuva no início de 2014 nas regiões onde estão as principais represas de hidrelétricas do país.

“Racionalização de energia nós temos que ter sempre, tem que ser um programa permanente. Temos que lutar por ele independente do nível dos reservatórios”, disse o presidente da Eletrobras. “Temos que ampliar esse programa de racionalização. Com algumas medidas, você pode ter economia de energia na indústria, comércio e residências”, completou ele.

De acordo com Carvalho Neto, a meta para 2030 é de economia de 10%. Isso significa que o governo espera que 10% da demanda por energia naquele ano seja atenda com redução do consumo, ao invés de novas usinas de geração.

Sistema equilibrado
O governo vem negando nas últimas semanas o risco de um novo racionamento de energia no país, como o que aconteceu em 2001. De acordo com o Ministério de Minas e Energia, o sistema elétrico nacional está equilibrado e, até o momento, não há informações que indiquem dificuldade no atendimento à demanda em 2014.

Nos meses de janeiro e fevereiro, a afluência – quantidade de água que chega às represas – nos reservatórios de hidrelétricas do Sudeste e Centro-Oeste ficou, respectivamente, em 54% e 39% da média histórica. O índice de fevereiro é o segundo pior para o mês em 84 anos. O de janeiro foi o terceiro pior em igual período.

A pouca chuva fez com que os reservatórios do Sudeste e Centro-Oeste atingissem, em fevereiro, o mais baixo nível de armazenamento de água desde 2001, ano em que o governo decretou o racionamento de energia.