A concessionária mineira Cemig confirmou nesta segunda-feira (24/03) que tem capacidade de geração para ser vendida em 2014. Isso significa que a empresa tem energia disponível para comercializar tanto no mercado livre, quanto no mercado de curto prazo. Porém, a participação da companhia no leilão emergencial para socorrer as distribuidoras dependerá muito de qual será o preço a ser ofertado pelo governo.
“Tudo depende de preço e das condições que forem colocadas. Se as condições forem razoáveis, com certeza, vamos participar”, disse o diretor financeiro da companhia, Luiz Fernando Rolla, durante teleconferência com analistas sobre os resultados do quarto trimestre de 2013.
Nesta segunda-feira (24/03), o governo publicou no Diário Oficial da União (DOU) as diretrizes para a realização do leilão emergencial, conhecido como A-0, uma vez que o suprimento se dá a partir de 1º de maio deste ano.
O certame está previsto para 25 de abril e a expectativa do governo é publicar o edital no prazo mínimo de 15 dias de antecedência em relação à data de realização do leilão.
O executivo lembrou que o leilão A-1 realizado em dezembro de 2013 não obteve o sucesso pretendido pelo governo exatamente porque o preço teto estabelecido não era atrativo para os geradores.
O certame tinha o objetivo de cobrir a exposição involuntária das distribuidoras, que segundo a Associação Brasileira de Distribuidoras de Energia elétrica (Abradee) estava em 6GW médios. Porém, foram contratados apenas 2.571 MW médios, a um preço médio ponderado de R$ 166,60/MWh. O preço teto do leilão variou de R$150/MWh a R$192/MWh.
A exposição obriga as distribuidoras a comprar energia no mercado de curto prazo para atender os seus respectivos mercados. Contudo, a energia no spot está com o MWh sendo liquidado a R$822,83. Esse custo elevado com a compra de energia afeta diretamente o caixa das empresas, que estão sendo socorridas com recursos do Tesouro, via Conta de Desenvolvimento Energético (CDE).