Em: 24/03/2014 às 15:16h por O Jornal

Clique para ampliar

 

Com participação de entidades representativas, empresários e população em geral, a audiência pública ‘Cultivando nossas Águas – Água e Energia’ discutiu por mais de três horas, na noite da sexta-feira (21), a temática, sendo o vereador Silvio Sommavilla, enquanto propositor da audiência, o presidente do evento, que contou com a participação de autoridades estaduais e locais.

Esta audiência, a exemplo da de 2013, teve o objetivo de alertar a comunidade local sobre a utilização responsável da água, como também discutir a necessidade de crescimento do setor elétrico em que várias Pequenas Centrais Hidrelétrica (PCHs) estão em via de instalação nos rios que formam a bacia do Rio Sepotuba. A audiência fez alusão ao Dia Mundial da Água, 22 de março (sábado), que foi instituído durante a Eco 92, exatamente há 22 anos.

Como palestrantes convidados à audiência, Wesley Lopes Torres, diretor do Samae, falou sobre os planos do setor, como a construção da adutora que trará água do Rio Sepotuba, os novos reservatórios e a nova Estação de Tratamento de Água (ETA), bem como expôs a situação dos bairros tangaraenses e salientou que o Plano Diretor está sendo feito pensando no futuro da reservação; Nédio Pinheiro, superintendente de Recursos Hídricos da Sema, explicou as formas de outorga da água e atentou para a necessidade de sua produção. “A reservação é importante, mas não soluciona o problema. Nós temos que produzir água”, sentenciou.

Outro convidado, o deputado estadual e empresário do setor de construção Carlos Avalone Júnior, diretor do Sindicato da Indústria de Energia de Mato Grosso (Sindenergia) explicou a necessidade de geração de energia, bem como os trâmites legais e os cuidados ambientais exigidos pela Sema, chamando a atenção para programas de compensação ambiental e social. “O risco de apagão no Brasil hoje é de 18%. É muito grande”, pontuou Avalone.

Décio Eloi Siebert, presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Sepotuba, o último palestrante da noite, falou sobre o papel do comitês das bacias, apresentou Chico Bento como o mascote da defesa das cabeceiras do Pantanal e questionou a real necessidade da instalação de PCHs nos rios Sepotuba e Formoso, em locais turísticos e de beleza natural inigualável, como o Salto das Nuvens e o Salto Maciel. “O que se pretende das empresas de energia é que elas reinvistam recursos para preservação da água do local onde se encontram”, afirmou. “Fazemos parte do arco de nascentes do Pantanal, somos contribuintes dos rios que formam o Pantanal”, atentou Siebert.

Ainda, o vereador Luiz Henrique (PTB) falou sobre os anos de luta para que se instale os Pagamentos por Serviços Ambientais (PSAs), premiando aqueles que preservam as cabeceiras e o meio ambiente como um todo. Para isso, foi criado o programa ‘Produtor de Água’, inspirado em diversas ações no Brasil e no programa ‘Cultivando Água Boa’, da Itaipu Binacional, que tem 63 ações dentro de 21 programas, onde 29 municípios fazem parte do pacto.

Sommavilla atentou para a necessidade da preservação ambiental para a preservação da própria humanidade e explicou que o programa ‘Produtor de Água’, cuja lei foi vetada pelo prefeito Fábio Junqueira no ano passado, agora virá por iniciativa do Executivo tangaraense. “Os vereadores aprovaram a lei dos PSAs, o Executivo vetou, e o Comitê (CBH Sepotuba) conseguiu o que nós vereadores não conseguimos, fez o meio de campo e conseguiu que o Executivo faça um projeto, que pouco mudou em seu texto, e que vai enviar à Câmara para que consigamos o ‘Produtor de Água’ para Tangará. Nós recuamos, não temos problema com isso. O importante é que o projeto venha e nós aprovaremos e apoiaremos, com certeza”, finalizou.

 Depois das palestras, abriu-se a fala ao público presente, com participação contundente de diversos interessados, principalmente, questionando a necessidade das PCHs.