Garantido abastecimento de energia elétrica, diz CMSE

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Em nota divulgada ao final da sua 146ª Reunião Ordinária, presidida pelo Ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) reafirmou que o setor está estruturalmente equilibrado, devido à capacidade de geração e transmissão instalada no país.

Com base nas análises, o CMSE assegura que “as condições de suprimento de energia do Sistema Interligado Nacional mantiveram-se estáveis em relação ao mês anterior”, diz nota.

Segue a nota na íntegra:

Nota Informativa de 06 de agosto de 2014

O sistema elétrico apresenta-se estruturalmente equilibrado, devido à capacidade de geração e transmissão instalada no país, que continua sendo ampliada este ano com a entrada em operação de usinas, linhas e subestações em fase de conclusão, considerando-se tanto o critério probabilístico (riscos anuais de déficit), como as análises com as séries históricas de vazões, para o atendimento da carga prevista para 2014, da ordem de 67.000 MW médios de energia.

Embora as principais bacias hidrográficas onde se situam os reservatórios das regiões Sudeste/Centro-Oeste e Nordeste tenham enfrentado uma situação climática desfavorável no período úmido desse ano, o Sistema Interligado Nacional – SIN, dispõe das condições para o abastecimento do País. Considerando o risco de déficit de 5%, conforme critério estabelecido pelo Conselho Nacional de Política Energética – CNPE, há sobra estrutural de cerca de 5.500 MW médios para atender a carga prevista, valor esse atualizado com as datas de entrada em operação das usinas para os próximos meses[i].

Em termos de clima, as precipitações nos últimos meses tem sido influenciadas pelo aquecimento das águas do Oceano Pacífico, o que tem motivado a ocorrência de chuvas acima no normal na Região Sul e abaixo do normal no extremo norte do Brasil. No mês de julho choveu acima do normal na bacia do rio Uruguai, e próximo dos valores normais na bacia do rio Iguaçu e na subbacia associada às vazões laterais da Usina de Itaipu. Na Região Sudeste choveu ligeiramente acima dos valores normais nas bacias do rio Grande, Paranaíba e na subbacia de Três Marias. Nessas condições, as afluências verificadas em julho foram 88%, 46%, 151% e 84% da média histórica nas regiões Sudeste/Centro-Oeste, Nordeste, Sul e Norte, respectivamente. O fenômeno El Niño, de intensidade moderada ou fraca, continuará se desenvolvendo nos próximos meses, implicando na continuidade das precipitações da região Sul com valores normais ou superiores à média histórica. 

Considerando a configuração do sistema do Programa Mensal de Operação – PMO, de agosto de 2014, e simulando-se o desempenho do sistema utilizando as 81 séries observadas no histórico[ii] obtêm-se valores para o risco de qualquer déficit de energia igual a zero para as regiões Sudeste/Centro-Oeste  e Nordeste[iii]

Outras avaliações de desempenho do sistema, utilizando-se o valor esperado das previsões de afluências e anos semelhantes de afluências obtidas do histórico, confirmam a garantia do suprimento no ano de 2014, uma vez que se dispõe atualmente de um parque de geração termelétrico significativo, que vem sendo utilizado como complementação à geração hidrelétrica. 

Na região Sul, as intensas chuvas observadas recentemente mantiveram os reservatórios das bacias dos rios Uruguai, Iguaçu e Jacuí, bem como da Usina de Itaipu, praticamente a seus armazenamentos máximos. O despacho de geração térmica e as medidas de flexibilização das restrições hidráulicas[iv] permitiram preservar os estoques existentes nos reservatórios de cabeceira nas principais bacias hidrográficas do País. Esses fatos conjugados levaram a uma menor redução do nível de armazenamento da região Sudeste/Centro-Oeste e, também, ratificam a garantia do atendimento energético em 2014, evidenciando ainda as vantagens do Sistema Interligado Nacional, capturando os benefícios da diversidade hidrológica entre as regiões.

Análises prospectivas de desempenho do sistema, para o período 2015 a 2018, utilizando todos os recursos disponíveis nos anos de 2014 e 2015 e as 2.000 séries sintéticas de afluências, apontam valores para o risco de qualquer déficit de energia em 2015, nas regiões Sudeste/Centro-Oeste e Nordeste de 4,0% e 0,4%, respectivamente, os quais atendem ao critério de planejamento. 

Com base nas análises efetuadas, observa-se que as condições de suprimento de energia do Sistema Interligado Nacional mantiveram-se estáveis em relação ao mês anterior.

O CMSE, na sua competência legal, de forma rotineira continuará monitorando as condições de abastecimento e o atendimento ao mercado de energia elétrica do País.

 

Ministério de Minas e Energia – MME
Agência Nacional de Energia Elétrica – ANEEL
Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis – ANP
Câmara de Comercialização de Energia Elétrica – CCEE
Empresa de Pesquisa Energética – EPE
Operador Nacional do Sistema Elétrico – ONS
Centro de Pesquisas de Energia Elétrica – CEPEL (convidado)
 
 
 

 
 


[i] Em 2014 já entraram em operação 4216 MW (70,3%) do total de 6.000 MW previstos.
 

[ii] Conforme recomendado no documento “Sumário Executivo do Programa Mensal de Operação – PMO de Março – Semana Operativa de 01/03/2014 a 07/03/2014, de 28/02/2014” e também utilizado como critério na elaboração do Planejamento Anual da Operação Energética – PEN.
 

[iii] Simulando-se o desempenho do sistema por meio de 2.000 séries sintéticas de afluências, os valores para o risco de qualquer déficit de energia passam para 0,7% e 0,1%, para as regiões Sudeste/Centro-Oeste e Nordeste, respectivamente.
 

[iv] As medidas de flexibilização das restrições hidráulicas vem sendo implementadas, em articulação entre o MME e o MMA, através do IBAMA e da ANA.