A indústria extrativa mineral como indutor do desenvolvimento social e das comunidades locais onde a atividade é desenvolvida foi o tema do segundo dia de debates do seminário ‘Diálogo sobre o setor extrativo e o desenvolvimento sustentável: fortalecendo a cooperação público-privada no contexto da Agenda Pós-2015’, que vai até amanhã em Brasília.
Debate aborda parceria de setor mineral e comunidades
Durante o encontro, o diretor de Desenvolvimento Sustentável na Mineração do Ministério de Minas e Energia, Edson Farias Mello, falou que já existe uma norma voltada para a responsabilidade social, a ISO 1600, que tem como finalidade a melhoria contínua de uma gestão socialmente responsável.
Essa norma, segundo ele, incentiva as organizações a implementarem políticas que contemplem os compromissos éticos e a preocupação com a promoção da cidadania, do desenvolvimento sustentável e transparência das suas atividades e de ações que podem ser realizadas para desenvolver as comunidades próximas às regiões onde há atividade extrativa. ‘A ISO 1600 foi à primeira regulamentação voltada para a responsabilidade social emitida por um organismo de normalização, fazendo do Brasil um país pioneiro em tratar do assunto’, afirmou.
Com relação às ações que podem ser realizadas para desenvolver as comunidades próximas às regiões onde há atividade extrativa, Edson Mello enfatizou a necessidade de se investir no social ‘É preciso ouvir a comunidade, saber qual é a necessidade deles, só assim os projetos sociais darão certo’, declarou.
O diretor da empresa FSG, Dane Smith, informou que pesquisas constataram que há um crescimento nos conflitos entre empresas do setor extrativo e as comunidades locais. Segundo ele, isso tem refletido na política de expansão das empresas. ‘Esses problemas afetam o setor, e isso reflete no seu crescimento’, afirmou Smith, que destacou ainda a importância do setor extrativo para o mundo. ‘Temos que criar um diálogo com a comunidade para resolvermos esses sérios problemas que afetam o setor’.
Questionado sobre os impactos causados pela mineração, Smith disse que o setor também causa impactos positivos, e que, por isso, é importante essa questão dos valores compartilhados. ‘Podem ser realizadas parcerias para desenvolver as comunidades locais’, finalizou.
Muitas empresas do setor vêm investindo em projetos que auxiliam no desenvolvimento das comunidades afetadas com as práticas extrativistas. ‘Os desafios são grandes. Gerenciar esses conflitos não é algo simples’, disse Rodolpho Samorini Filho, gerente de Desenvolvimento Socioinstitutional da Samaco Mineração, ao apresentar as políticas que a empresa vem desenvolvendo no campo social em regiões onde a empresa opera.