Pesquisa inédita aborda impactos da mineração em 22 estados

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Pesquisa inédita aborda impactos da mineração em 22 estados

Estudo resulta em livro que será lançado dia 14 de novembro, no Rio de Janeiro.

Os efeitos da mineração sobre o patrimônio natural e a vida das populações que vivem em regiões mineradas foi o tema de uma pesquisa realizada pelo Centro de Tecnologia Mineral (Cetem), em 22 estados brasileiros e que resultou no livro Recursos Minerais e Comunidade: Impactos Humanos, Socioambientais e Econômicos, que será lançado nestasexta-feira (14), no Rio de Janeiro.

O objetivo do livro é retratar o setor mineral (mineração, metalurgia e transformação mineral de não metálicos), com foco na necessidade da adoção de práticas sustentáveis. Atualmente, o setor emprega cerca de 200 mil trabalhadores e tem investimentos programados de US$ 75 bilhões entre 2012 a 2016, além de ser responsável por 4% do PIB brasileiro.

O livro é fruto de três anos de pesquisas, realizadas em 105 territórios em 22 estados brasileiros, que sofreram os impactos da atividade mineradora. Em 380 páginas, ilustradas por  gráficos e mapas, a pesquisa fez levantamento nas cinco regiões brasileiras, destacando o minério de ferro e o ouro como os minerais que mais contribuíram para os efeitos da mineração sobre o patrimônio natural e a vida das populações, consequência do funcionamento de 3 mil minas e 9 mil mineradoras, além de centenas de garimpos legais e clandestinos.

Minas Gerais, onde se iniciou a mineração no Brasil, foi o estado com mais casos avaliados. Em segundo, ficou o Pará, considerado a nova fronteira da mineração no país, seguido da Bahia, que está despontando com a atração de novos investimentos.

Os estudos também lançam luz sobre passivo ambiental provocado por minas em implantação, em funcionamento, inativas e abandonadas, fruto da mineração ininterrupta exercida há mais de 500 anos no País. Os principais efeitos ambientais constatados pela pesquisa foram alteração do meio físico, desmatamentos e erosão, contaminação dos corpos hídricos, aumento da dispersão dos metais pesados, mudança na paisagem do solo e comprometimento da flora e fauna.  Quanto aos impactos socioeconômicos, que afetam diretamente a qualidade de vida das populações nas áreas mineradas, as doenças destacam-se como os mais significativos, com 60 casos relatados, o equivalente a mais da metade dos estudos realizados.

Fonte: MME