A Renova Energia está atenta ao tempo disponível para construir os projetos eólicos viabilizados no leilão de energia de reserva, que aconteceu na última sexta-feira (23/8). A companhia tem apenas dois anos para colocar 159MW em operação. “As obras já começaram”, brincou o presidente da Renova, Mathias Becker, em entrevista ao Jornal da Energia nesta segunda-feira (26/08). Segundo ele, o investidor que conquistou projetos no certame pode não conseguir cumprir o prazo para o início do suprimento de energia se não começar as obras imediatamente.
Os projetos conquistados pela Renova foram batizados de Alto Sertão 3 e estão localizados no Sudoeste da Bahia, espalhados pelos municípios de Caetite, Guanambi, Guaporã, Pindaí e Bom Jesus da Lapa. Foram vendidos 73,7MW médios, ao preço médio de R$106,02 por MWh. A previsão é que R$634,9 milhões sejam investidos na construção dos empreendimentos.
A francesa Alstom será a responsável pelo fornecimento dos equipamentos e operação dos parques. A execução da parte civil da obra, no momento, está sendo negociada com empreiteiras, de acordo com Becker.
Com a comercialização no LER 2013, a Renova tem capacidade instalada contratada de 1.449,4MW, sendo 1.407,60MW de energia eólica e 41,8MW de PCHs, comercializada nos ambientes regulado e livre.
Estratégia vencedora
O presidente da Renova, Mathias Becker, falou da estratégia utilizada no leilão. Como o certame foi realizado em duas fases, em que na primeira os investidores disputaram o acesso à rede de transmissão, segundo o executivo, não havia margem para economizar na competitividade.
“Não fazia nenhum sentido para você deixar margem no meio caminho sob o risco de não participar da fase dois”, explicou Becker.
Ele avaliou positivamente o modelo adotado pelo governo, que buscou minimizar o risco das usinas ficarem prontas e não entregarem energia ao sistema por causa de atrasos nas obras das estações coletoras de energia (ICGs). “Esse modelo (de leilão) assegura a transmissão”, lembrou Becker.
Em relação ao A-3, previsto para novembro, o executivo preferiu não arriscar palpite. Segundo ele, tudo vai depender da demanda a ser apresentada pelas concessionárias de distribuição de energia elétrica.
Se o cenário para a eólica é incerto, por outro lado, a Renova pretende apostar na energia fotovoltaica. A companhia cadastrou projetos de fonte solar para o A-3. “Estamos trabalhando para tentar viabilizar uma oferta firme de energia no A-3”, concluiu Mathias.