Crédito: Layse Lacerda
O Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) informou que o risco de déficit de energia nas Regiões Sudeste e Centro-Oeste (SE/CO) se reduziu, e está abaixo do risco mínimo do sistema. O colegiado, em nota informativa divulgada em sua 154ª, realizada nesta quarta-feira, 8 de abril, informou que o risco de qualquer déficit de energia é de 4,9% nos subsistemas Sudeste/Centro-Oeste. Em março, esse risco era de 6,1%. Na região Nordeste, o risco se manteve em 1,2%, mesmo patamar apontado na reunião anterior do comitê.
Neste ano, entraram em operação 1.669 MW no Sistema Interligado Nacional (SIN), dos 6.410 MW de capacidade de geração previstos para o ano. Desde a reunião anterior do CMSE, em março, foram adicionados 193 MW novos à capacidade instalada.
Veja abaixo a íntegra da Nota Informativa:
Nota Informativa de 08 de abril de 2015
O sistema elétrico apresenta-se estruturalmente equilibrado, devido à capacidade de geração e transmissão instalada no país, que continua sendo ampliada com a entrada em operação de usinas, linhas e subestações, considerando-se tanto o critério probabilístico (riscos anuais de déficit), como as análises com as séries históricas de vazões, para o atendimento da carga prevista para 2015, de 67.055 MW médios de energia[i].
O Sistema Interligado Nacional SIN, dispõe das condições estruturais para o abastecimento do País, embora as principais bacias hidrográficas onde se situam os reservatórios das regiões Sudeste/Centro-Oeste e Nordeste tenham enfrentado uma situação climática desfavorável. Considerando o risco de déficit de 5%, conforme critério estabelecido pelo Conselho Nacional de Política Energética CNPE, há sobra estrutural de cerca de 7.300 MW médios para atender a carga prevista, valor esse atualizado com as datas de entrada em operação das usinas para os próximos meses e a projeção de demanda. Em 2015, entraram em operação 1.669 MW do total de 6.410 MW de capacidade de geração previstos, dos quais 193 MW desde a última reunião deste Comitê, conforme listado a seguir:
Segundo informações do CEMADEN e INPE/CPTEC, no mês de março de 2015 as chuvas ficaram dentro da normalidade na região Sudeste, mas com forte variabilidade espacial; essa situação também ocorreu no estado de Goíás, onde as chuvas superaram a média histórica na porção sul e não atingiram esse valor na parte norte. No restante da Região Centro-Oeste choveu abaixo da média exceto em algumas áreas do oeste do MT. Na Região Norte choveu abaixo do normal, exceto no oeste do AM e em algumas áreas do sul do PA. Na Região Nordeste choveu também abaixo do normal, exceto em pequenas áreas do sertão (oeste de PE e PA, extremo sul do CE e centro do PI). Na Região Sul choveu predominantemente abaixo da média histórica, exceto em algumas áreas do PR, leste de SC e extremo nordeste do RS. Essas chuvas representaram melhoras nas afluências das principais bacias hidrográficas do Sistema Interligado Nacional. Assim, as afluências verificadas em março foram 78%, 36%, 114% e 69% da média histórica nas regiões Sudeste/Centro-Oeste, Nordeste, Sul e Norte, respectivamente.
Considerando a configuração do sistema do Programa Mensal de Operação PMO, de abril de 2015, e simulando-se o desempenho do sistema utilizando as 82 séries de energias afluentes observadas no histórico[ii], considerando o despacho das térmicas por ordem de mérito, obtêm-se valores para o risco de qualquer déficit de energia iguais a 4,9% e 1,2% respectivamente para as regiões Sudeste/Centro-Oeste e Nordeste[iii]. Considerando, agora, o despacho pleno das térmicas em 2015, os valores para o risco de qualquer déficit de energia também foram 4,9% e 1,2% nas regiões Sudeste/Centro-Oeste e Nordeste, respectivamente. Com base nas análises efetuadas, observa-se que as condições de suprimento de energia do Sistema Interligado Nacional melhoraram em relação ao mês anterior.
Mesmo com o sistema em equilíbrio estrutural, ações conjunturais específicas podem ser necessárias, em função da distribuição espacial dos volumes armazenados, cabendo ao Operador Nacional do Sistema Elétrico – ONS a adoção de medidas adicionais àquelas normalmente praticadas, como aquelas adotadas em 2014, buscando preservar os estoques nos principais reservatórios de cabeceira do SIN.
Além das análises apresentadas, outras avaliações de desempenho do sistema, utilizando-se o valor esperado das afluências e anos semelhantes de afluências obtidas do histórico, não indicam, no momento, insuficiência de suprimento energético neste ano.
Entretanto, deve-se observar que o período úmido de 2015 ainda não se encontra totalmente consolidado. Com isso, a avaliação conjuntural do desempenho do sistema e de riscos de déficit associados deve ser feita de forma cuidadosa. De janeiro a março deste ano tem-se observado uma melhora nas afluências verificadas nas regiões Sudeste/Centro-Oeste e Nordeste. Não obstante, continua havendo a necessidade de um monitoramento permanente das condições de suprimento.
O CMSE, na sua competência legal, monitora as condições de abastecimento e o atendimento ao mercado de energia elétrica do País.
Ministério de Minas e Energia MME
Agência Nacional de Energia Elétrica ANEEL
Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis ANP
Câmara de Comercialização de Energia Elétrica CCEE
Empresa de Pesquisa Energética EPE
Operador Nacional do Sistema Elétrico ONS
Centro de Pesquisas de Energia Elétrica CEPEL (convidado).
[i] Este valor será revisto neste quadrimestre, conforme sistemática vigente, havendo a indicação de sua redução, de acordo com os estudos em andamento da EPE/ONS.
[ii] Conforme recomendado no documento Sumário Executivo do Programa Mensal de Operação – PMO de Março – Semana Operativa de 01/03/2014 a 07/03/2014, de 28/02/2014 e também utilizado como critério na elaboração do Planejamento Anual da Operação Energética PEN.
[iii] Simulando-se o desempenho do sistema por meio de 2.000 séries sintéticas de afluências e considerando o despacho das térmicas por ordem de mérito, encontram-se valores para o risco de qualquer déficit de energia iguais a 10,0% e 3,9% respectivamente para as regiões Sudeste/Centro-Oeste e Nordeste, respectivamente. Considerando, agora, o despacho pleno das térmicas em 2015, os valores para o risco de qualquer déficit de energia passam para 9,8% e 2,4% nas regiões Sudeste/Centro-Oeste e Nordeste, respectivamente.
Assessoria de Comunicação Social
Ministério de Minas e Energia
(61) 2032-5620/5588