Em: 27/03/2015 às 15:26h por

Para o Ministério de Minas e Energia, a ABRAPCH encaminhou novamente seus pleitos, aproveitando a participação no encontro do Secretário de Energia Elétrica, Ildo Grüdtner. Ele afirmou inúmeras vezes que o ministério não tem nada contra as PCHs. Mas os diretores da associação afirmaram que o resultado dos últimos leilões e balanços, que mostram uma quase insignificante participação das PCHs nos leilões de apenas 1,25% na oferta de energia mostra o contrário da afirmação do representante do ministério.

“Se as PCHs tivessem sido valorizadas antes, concluídas no prazo num passado recente, e próxima do centro de carga, isso permitiria que em qualquer situação difícil, como o risco hidrológico atual o setor de PCHs também pudesse atender uma necessidade imediata. E não só as térmicas. Vamos avançar daqui para a frente”, apelou o vice-presidente da ABRAPCH, Plínio Pereira.

Já Ivo Pugnaloni relembrou o estudo feito pela ABRAPCH que apontou um erro na escolha das premissas para cálculo das garantias físicas, o que teria prejudicado diretamente os empreendimentos de pequenas hidrelétricas.  “Mais cedo ou mais tarde nós vamos provar que essas nove premissas erradas na nota técnica 099/08 da EPE estão na origem da atual crise de oferta, pois superestimaram a  garantia física de quase todas as hidrelétricas brasileiras, subestimando o tempo de operação das térmicas e seu ICB, e assim, com base nelas, desprezou-se a importância das PCHs para ajudar a manter mais cheios os reservatórios das grandes usinas, prejudicando-as com preços inexequíveis, como já concluiu a própria ANEEL”, desabafou.

O diretor Paulo Arbex ressaltou ainda que é injusto atribuir às PCHs o titúlo de energia cara. A hidrelétrica é a única cujos ativos retornam à União depois da concessão, enquanto as outras todas são privadas. Temos no Brasil PCHs centenárias operando sempre”, frisou. O secretário Ildo disse que vai levar o cálculo sugerido pela ABRAPCH para definição de preço-teto e de estudo das premissas para avaliação no ministério, já que as hidrelétricas têm uma vida útil muito maior que as outras fontes e que isso pode sim interferir na definição do preço final. Considera  justo o pleito do setor de e disse que já está se buscando conciliar isso. A fonte solar é uma das mais caras ainda e já estamos iniciando o uso.  Vamos tentar o mesmo com as PCH. Estamos estudando a retomada de reservatório, onde é possível, não só para a geração de energia elétrica, mas para consumo humano e irrigação para agricultura. O armazenamento está se fazendo necessário”, concluiu o representante do MME.

Depois do sucesso do evento de Curitiba, que reuniu mais de 180 profissionais de muitas empresas do setor, além de estudantes e pesquisadores da área, a associação realizará mais quatro seminários este ano, cada um com um tema específico. Depois, na sequência dos próximos encontros nacionais que a ABRAPCH promoverá até o fim do ano, em Cuiabá ( conexão e linhas de transmissão para PCHs ), Porto Velho ( PCHs na Amazônia ), Belo Horizonte ( PCHs e reservatórios para usos múltiplos da agua ) e Brasília ( Programação para 2016 e primeira conferencia nacional de energia elétrica), novos encontros com os profissionais das outras quatro regiões.

Para Alessandra Torres, diretora institucional, o encontro também funcionou muito bem para filiar novos sócios, já que a ABRAPCH atingiu ontem a marca de 142 associados. “Vendo a forma como a ABRAPCH trabalha com franqueza e coragem mesmo alguns temas mais sensíveis, nossos colegas vem nos procurar para a filiação. E nós ficamos muito contentes com isso, mas cientes de nossa responsabilidade”.