O etanol hidratado foi o combustível mais demandado neste primeiro bimestre de 2015, em Mato Grosso. O consumo de cerca de 96,58 milhões de litros, superou em quase 19% o volume comercializado entre janeiro e fevereiro do ano passado e atingiu recorde na série histórica da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), para o Estado.
Com esse total, o derivado da cana-de-açúcar superou a movimentação registrada com a gasolina, que no mesmo período somou 95,87 milhões de litros. Desde o início da série da ANP, em 2000, essa é a terceira vez em que o hidratado ultrapassa, em volume comercializado, a gasolina. Conforme a série, esse fato havia sido registrado no primeiro bimestre de 2010 e 2009.
Preço elevado da gasolina em relação ao hidratado, a majoração do preço do litro do derivado do petróleo e a própria estabilização dos valores de bomba do etanol, fizeram com que o consumidor migrasse de hábitos. “Com a frota de carro novos com motores bi-combustivel, tudo veio a contribuir para a preferência pelo etanol”, explicou um gerente de revenda da BR, na Avenida do CPA. Ele reforça ainda, que com a elevação da mistura de etanol anidro na gasolina, que nesse mês passou de 25% para 27%, a tendência é de que o hidratado se firme como o principal combustível da frota de veículos leves e de passeio. “Mês que vem começa a safra da cana e com certeza os preços devem ficar mais atrativos e isso será fundamental para tomada de decisão do consumidor na hora de abastecer”, aposta.
Em fevereiro, mesmo com baixa em relação ao volume de janeiro, o etanol bateu recorde de vendas para o mês na série da ANP. Foram mais de 46,5 milhões de litros. Em janeiro, as vendas também tiveram registro histórico para o mês, ao somarem mais de 50 milhões de litros.
Enquanto o hidrato sobe na preferência do consumidor, a gasolina vai cedendo espaço. Entre janeiro e fevereiro deste ano foram comercializados 95,87 milhões de litros, 2,41% menos que em igual acumulado do ano passado. Em janeiro foram 55 milhões de litros e no mês passado, 40,87 milhões. E conforme o gerente do posto, que não quis dizer seu nome, a tendência é de quedas mais acentuadas. Primeiro pelo valor do litro e segundo pelo maior teor de anidro. “Só vai comprar gasolina, quem realmente não tiver opção”.
O óleo diesel registra retração de 5,7% na demanda, registrando o pior fevereiro em vendas, desde 2011. Conforme a ANP foram comercializados 418,79 milhões de litros no bimestre, sendo 214,88 milhões em janeiro e 203,90 milhões em fevereiro. A greve dos caminhoneiros pode ter impacto no segmento.
TOTAL – O primeiro bimestre desse ano fechou com perdas no volume total comercializado de combustíveis. Foram 658,90 milhões de litros, 2,3% menor que em 2014, quando a demanda somou 674,70 milhões de litros. Para o período, essa foi a primeira queda registrada na série da ANP desde 2011.