A senadora Ângela Portela (PT-RR) disse esperar que a força-tarefa envolvendo os ministérios de Minas e Energia e da Justiça defina logo um acordo que permita a retomada das obras da linha de transmissão conhecida Linhão de Tucuruí, que levará energia até Boa Vista. A obra foi paralisada porque não houve consulta à reserva indígena Waimiri-Atroari, por onde passaria a linha de transmissão.
Enquanto esse problema não é resolvido, lamentou a senadora, Roraima vai continuar dependendo da energia fornecida pela Venezuela e também por três usinas termelétricas que, além de gerarem energia mais cara, poluem o meio ambiente. Ela estima que, quando a energia de Tucuruí chegar em Roraima, o estado deve economizar R$ 2 bilhões ao ano com a substituição da matriz termelétrica.
A senadora informou ainda que a população do interior de Roraima chegou a pagar, no ano passado, um valor 54% maior na conta de luz por causa do preço mais alto da energia fornecida pelas termelétricas. Outro drama, acrescentou Ângela Portela, é o vivido pelos moradores do município de Alto Alegre. Segundo ela, a energia é fornecida na localidade apenas das 3 às 9 horas da manhã. Mas se o Linhão já estivesse pronto, nada disso aconteceria, acrescentou a senadora.
– Essa situação reflete diretamente na economia da região, pois desestimula a instalação de empreendimentos e prejudica os empreendimentos já existentes ao constituírem entraves à indústria, à agricultura e aos serviços no estado, que não tem mais como fazer frente aos custos e que sofre com esses apagões – disse. A senadora aproveitou a passagem do Dia Mundial da Água, no dia 22 de março, para alertar a população de todo o país sobre a necessidade do uso racional da água. Ela lembrou que, além da crise de São Paulo e da seca no Nordeste, 6 municípios de Roraima sofrem com a falta de água. (Cenário MT)