Em: 18/03/2015 às 16:05h por

O Brasil sofre a maior baixa na projeção do PIB entre grandes economias, enquanto a Índia é apontada como o país que vai crescer mais que a China nos próximos dois anos, segundo estudo da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) divulgado nesta quarta-feira em Paris. A entidade projeta contração de 0,5% na economia brasileira este ano. A estimativa é significativamente mais baixa do que a publicada em novembro, quando a organização previa um crescimento de 1,5% para o país em 2015. A avaliação é que, no Brasil, a expansão está sendo limitada por apertos fiscal e monetário e pela crescente incerteza política.

Para 2016, a OCDE projeta a volta do crescimento no Brasil, com taxa de 1,2%. Ainda assim, é uma taxa mais baixa do que os 2% de expansão que tinha estimado em novembro.De maneira geral, a OCDE diz que as perspectivas de crescimento de médio prazo pioraram desde novembro de 2014 nos países exportadores de commodities. O crescimento já diminuiu em vários exportadores de petróleo. A queda nos preços de commodities vai além de petróleo, afetando metais, carvão e alguns produtos agrícolas, que também enfrentam situação menos favorável neste ano. A China está desacelerando gradualmente para a taxa oficial de cerca de 7% mas, na avaliação da entidade, será difícil administrar essa situação e os riscos financeiros.

Por sua vez, a economia indiana deve ter a melhor performance, com expansão de 7,7% este ano, superando a China. A recuperação continua nos EUA, com 3,1% de alta do PIB. A forte apreciação do dólar vai afetar as exportações, mas não deve empurrar o PIB abaixo do potencial. O crescimento no Japão está voltando, ficando em 1%, mas persistem fortes desafios no país. A OCDE avalia que a zona do euro vai crescer 1,4%, projeção superior à de 1,1% estimada há cinco meses. (Valor)