Em: 12/03/2015 às 16:26h por

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Os reajustes de energia estão castigando a indústria brasileira, já enfraquecida pela falta de demanda. Em menos de três meses, a energia no Brasil subiu 39%. Primeiro foi o sistema de bandeiras tarifárias. Na semana passada, veio a revisão extraordinária das tarifas, autorizada pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica). Com isso, o custo médio do megawatt/hora para a indústria chegou a 500 reais, o que nos põe em terceiro lugar em um ranking internacional de 28 países. Em matéria de energia cara, só perdemos para Itália e Índia. No Rio de Janeiro, segundo a federação das indústrias, o reajuste médio com a revisão extraordinária chegou a 16,2%, praticamente o mesmo percentual que aumentou a conta de luz desta indústria de alimentos.

“A empresa está se desdobrando para segurar esse aumento de custo para não repassar para o preço devido ao mercado, que está retraído e está tendo dificuldade de repasse de aumento de custos”, diz Sérgio Duarte, dono da fábrica.

Os aumentos de energia ainda não afetaram a produção desta indústria, mas o custo, o que se paga para produzir, esse sim aumentou. E para absorver este aumento a direção tomou algumas providências.

Agora, as luzes só ficam acesas onde é mais necessário. O ar condicionado do escritório é ligado mais tarde e desligado mais cedo. Mas, de outro lado, segundo o empresário, se o consumo não cresce, o investimento também não.

“Eu não compro equipamento, eu não contrato empregos. Então isso contamina o mais porque é uma situação em cadeia. Os empresário e consumidores, todo mundo parando. Isso é muito ruim”, diz o dono da fábrica.

Para a federação das indústrias, a competitividade das empresas será diretamente afetada.

“Certamente algumas vão escolher reduzir produção, algumas podem até chegar a demitir pessoas porque o seu produto pode encarecer e seu mercado pode encolher. Outras podem redirecionar a produção. Mas certamente todas vão tentar reduzir o custo de energia”, aponta Cristiano Prado, gerente de competitividade industrial da Firjan (Federação das Indústrias do Rio de Janeiro). (G1)