O presidente Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Mauricio Tolmasquim, afirmou nesta quarta-feira (9/5), durante evento em São Paulo, que poucos projetos de hidrelétricas a serem construídos no futuro terão reservatório. A questão ambiental tem levado a modificações nos projetos, que se tornam “a fio d´água” e perdem a capacidade de regularização, o que tem gerado protestos por parte de agentes do setor elétrico.
“Gostaria de estar enganado, mas temos que tentar entender como melhor conduzir o setor de reservatórios de acumulação”, disse Tolmasquim. O executivo do governo não revela quantos projetos ainda poderiam abrigar os reservatórios, mas afirma que são poucos e que é necessário se conformar com a realidade.
Entre os empreendimentos previstos que terão alguma capacidade de armazenar água, Tolmasquim citou as UHEs de Sinop, no rio Teles Pires, e Belo Monte, no Xingu, além de outras usinas do complexo Tapajós.
A maior parte do potencial hidrelétrico brasileiro remanescente – cerca de 60% – está localizada na região Norte, área de difícil processo de licenciamento ambiental. Tolmasquim descartou a criação de reservatórios para projetos na região, mas ressaltou a importância de projetos para pagamento de royalties às tribos impactadas, o que poderia facilitar a aprovação das usinas.
Esse projeto, de acordo com Tolmasquim, está sendo analisado por um grupo de trabalho composto por Advocacia Geral da União (AGU), Ministério das Minas e Energia (MME), Ministério do Meio Ambiente, Fundação Nacional do Índio (Funai), entre outros, sendo esperado para um cenário futuro. Segundo o presidente da EPE, a regulamentação traria mais transparência, com regras e critérios mais claros para indenização a indígenas.