A indústria ensaiou uma reação em janeiro. A produção cresceu 2% em relação a dezembro. Nos últimos meses de 2014, o índice havia recuado. Apesar da alta, o IBGE diz que ainda não dá para falar de recuperação do setor.
Isso fica mais claro em outro gráfico, com uma sequência de 11 resultados negativos na comparação do mês com o mesmo período do ano anterior. Como tradicionalmente a indústria cresce mais em alguns meses do que em outros, esse quadro é mais fiel à realidade. Além disso, o ano começou mal com uma queda de mais de 5% na produção.
A expansão em relação a dezembro foi puxada principalmente pelos bens de capital, que incluem máquinas e equipamentos, com avanço de 9,1%. Resultado influenciado pela produção de caminhões, que teve o maior crescimento desde julho do ano passado.
As engrenagens das fábricas continuam girando, mas em marcha lenta. A alta de janeiro ainda é tímida. É só olhar para trás pra ver que não é suficiente para recuperar a perda de dezembro. É como começar o ano já devendo.
“A gente percebe que a deterioração ela é evidente nos dados de produção industrial.possivelmente é um mês com uma produção um pouquinho maior, alguns fenômenos pontuais acontecendo mas a perspectiva permanece ruim”, analisa Vinícius Botelho, pesquisador da FGV.
A perspectiva daqui para frente também não é nada boa. Por causa do cenário desfavorável para a economia, com alta do dólar e aumento dos juros, os analistas não estão nem um pouco otimistas com o desempenho da produçãoindústrial nos próximos meses.
“Os juros fazem parte do processo de ajustamento da demanda, então com o aumento das taxas de juros, o crédito fica mais caro e isso acaba contraindo o consumo das famílias e das empresas e a alta do dólar, por sua vez, ela encarece investimentos. Sem dúvida o crescimento da produção industrial no primeiro e no segundo trimestres ficarão bastante comprometidos”, diz Vinícius Botelho. (G1)