Em: 03/03/2015 às 16:03h por

O nível dos reservatórios deverá alcançar 40% para que o para que o país possa chegar a novembro sem sobressaltos para atender a demanda, afirma a AES Tiête. Estima-se um mínimo de 35% sem possibilidade de flexibilidade na operação do sistema, entretanto é necessário que a Energia Natural Afluente no país fique em 70% da média histórica para chegar a esse volume, mesmo nível, mesmo nível que o próprio diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico havia apontado em dezembro do ano passado.

O presidente da geradora, Britaldo Soares, disse que a companhia faz análises de sensibilidade com diversos cenários e lembrou que essas indicações ainda dependem do comportamento do consumo no ano. Esses dados são para uso interno da companhia e Soares preferiu não revelar quais seriam os impactos para o setor.

“Na nossa visão 35% seria o mínimo a ser considerado. Se olharmos para o fato de que ao final de fevereiro devemos fechar em 24%, para que vá nessa direção de armazenamento,  precisaria de hidrologia por volta de 70% da MLT em março e abril. Assim poderíamos terminar o mês de abril em 36% de reservatórios e com o despacho térmico entre 16 GW e 17 GW constante nesse período”, afirma o presidente em teleconferência com analistas sobre os resultados da geradora no ano de 2014.

Ao final do ano passado os reservatórios das usinas da empresa estavam em 34,7%, desde dezembro esse nível aumentou e está em 42%, acrescentou o executivo. Apesar da elevação neste ano, a hidrologia de 2014 na casa de 69% da MLT no Sudeste/Centro-Oeste, foi classificada como crítica. “Esse fator apertou os resultados da geradora que viu seu volume de geração recuar, foram 109% da garantia física de suas usinas o volume produzido em 2014, o mesmo caiu para 66%, em energia passou de 1.392 MW médios para 850 MW médios”, afirma.

Para o ano de 2015 a perspectiva da companhia é de que o rebaixamento no MRE fique entre 15% e 17% com base no cenário hídrico atual que, assim como no ano passado, é classificado como crítico. Se o guidance da empresa se confirmar, o impacto negativo líquido pode ficar entre R$ 590 milhões e R$ 680 milhões em seu resultado Ebitda, com o preço médio da energia no mercado de curto prazo muito próximo ao teto regulatório, de R$ 388/MWh.