A AES Eletropaulo projeta neste momento que o mercado cativo em sua região de concessão deverá ficar estável em relação a 2014. Por ora, a empresa, que atende São Paulo e mais 24 municípios da região metropolitana, diz que ainda será necessário acompanhar os efeitos do aumento das tarifas de energia neste ano. Essa projeção está baseada em um cenário de abastecimento desconsiderando qualquer efeito de racionalização ou de racionamento de energia que eventualmente poderá vir a ocorrer.
De acordo com o presidente da distribuidora, Britaldo Soares, a companhia está fazendo suas avaliações internas de cenários. Essa projeção ainda passará por alguns momentos mais críticos para a demanda como os aumentos da tarifa que virão por meio da RTE, bandeiras tarifárias reajustadas em 83% para a vermelha e na ordem de 67% para a amarela, além da revisão tarifária que entrará no seu 4º ciclo.
“Somente após esses eventos é que teremos um comportamento mais consolidado do consumo”, estimou o executivo em teleconferência com analistas de mercado sobre os resultados obtidos em 2014.
O mercado cativo da AES Eletropaulo em 2014 alcançou 37.827 GWh, um crescimento de 0,9% na comparação com o ano de 2013. Já o mercado total da companhia avançou 0,4%, para 46.415 GWh ao final de dezembro. Esse avanço deve-se à retração de 1,7% no segmento de consumidores livres, notadamente reduzido por conta da demanda industrial, explicou o diretor vice-presidente e de Relações com Investidores, Francisco Morandi.
Excluindo o setor industrial na demanda do mercado cativo, a companhia reportou um aumento da demanda de 1,1%. A classe de consumo industrial que está no ACR para a área de concessão da distribuidora apresentou demanda 2,9% menor no último trimestre de 2014 quando comparada ao mesmo período de 2013. Já no acumulado de 12 meses, esse índice ficou ainda maior, 5,5% de queda na demanda industrial do mercado regulado para o segmento industrial.
Entre outros indicadores operacionais, a AES Eletropaulo destacou ainda a redução em 0,3 pontos porcentuais nas perdas totais da companhia, alcançando assim 9,7%. Somente a prevenção às perdas resultaram em uma recuperação de 633 GWh no ano que faturados aumentaram a receita da empresa em R$ 157,3 milhões no ano passado. As perdas técnicas somaram 3,6% e as comerciais 6,1%, índice este que é mantido desde 2012.
Já o DEC da empresa no ano ultrapassou a referência da Aneel, ficou em 8,86 horas ante um nível de 8,29 horas. A distribuidora explicou que essa elevação deveu-se aos problemas meteorológicos ocorridos em sua área de concessão no final do ano passado. Aliás, este tema foi alvo de ação do governo do estado de São Paulo, que cobrou explicações da distribuidora quanto ao atendimento aos clientes para o restabelecimento do fornecimento. Por sua vez, o FEC está controlado, nos últimos 12 meses alcançou 3,81 vezes ante uma referência da Aneel de 6,36 vezes. (Canal Energia)