Uma avaliação da agência de classificação de risco Fitch Ratings aponta que o risco de racionamento de energia no Brasil vem aumentando. De acordo com relatório divulgado nesta quarta-feira, 4 de fevereiro, essa conclusão deve-se à fraca recuperação dos reservatórios das UHEs. Como consequência, alertou a empresa, a qualidade de crédito às distribuidoras e geradoras do país pode ser afetada. Esse impacto não deve chegar às transmissoras e geradoras que não se utilizam da fonte hídrica para geração de energia.
A análise da agência toma como base os atuais níveis de acumulação nos reservatórios no Sudeste/Centro-Oeste que estava em 16,82% ao final de janeiro. Um nível classificado como significantemente menor ante os 40,28% do mesmo período de 2014 e aos 31,41% de janeiro de 2001. Além disso, contribuem para esse fator o baixo nível de chuvas.
A agência indica que o potencial impacto na qualidade de crédito dessas companhias dependerá do tamanho do racionamento que poderá ser decretado. E explica que a geração de fluxo de caixa das distribuidoras e das geradoras hídricas é sensível ao consumo de energia e à disponibilidade de água para a produção de energia.
Em seu relatório, a Fitch afirma que a vontade e a capacidade do governo federal de recompor rapidamente a redução da receita e da geração de fluxo de caixa será crucial, caso o cenário se confirme. Em uma recuperação histórica do outro evento dessa natureza no Brasil, lembrou que o governo compensou as companhias afetadas pelo racionamento por meio de um empréstimo do BNDES pago pelos consumidores na tarifa durante dois anos.
O fato do SIN ter maior capacidade de geração térmica e de transmissão para gerenciar a operação quando comparados a 2001 é apontado como um fator positivo e que mitiga parcialmente o risco de racionamento. “O país está atualmente muito melhor preparado nesses aspectos”, ressaltou. (Canal Energia)