Os apagões, queda de eletricidade e empréstimos de energia de países vizinhos não são de toda responsabilidade pela falta de chuva. Um dos fatores que também favorece para estes casos são os projetos paralisados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), por causa na demora de liberação de licenciamentos ambientais, dificuldades financeiras ou documentos ativos, que impedem o previsto de 8,9 mil MW que deveriam ser entregues até o fim deste ano serem apenas entregues a partir de 2016.
O corte de 2,6 mil MW na distribuição de energia feita na última segunda-feira (26) foi feito pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), pois utilizava cerca de 85 mil MW devido ao calor e ao grande uso de eletricidade, ocasionando então a queda de luz em vários pontos do país. É bom lembrar que a capacidade máxima atual do Sistema Interligado Nacional (SIN) é de 129,9 mil MW, sendo a maioria inutilizada devido aos atrasos dos projetos.
Os 8,9 mil MW em atraso poderiam assegurar uma energia aproximadamente de 5,8 mil MW, mudando o ponto de vista da situação atual. Caso as Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) e as Usinas Hidrelétricas (UHEs) não demorassem tanto para serem aprovadas poderiam reaproveitar rios já utilizados, como o caso da hidrelétrica paranaense de Baixo Iguaçu, se fosse concluída, reutilizaria a mesma água que passa por outras cinco usinas que existem rio acima.
Das 681 usinas monitoradas pela Aneel, mais da metade está parada, sendo 172 usinas de PCHs, destas 141 estão atrasadas e com 1.393 MW que deveriam estar em operação este ano, mas o previsto está para 2016, onde apenas 172 MW estão sendo esperados para até o final do ano. Em questão a redes de transmissão, das 336 redes, 227 estão atrasadas.