O estado de São Paulo está formatando um plano de contingência de energia elétrica para propor ao governo federal. Segundo o secretário estadual de Energia, João Carlos de Souza Meirelles, o plano vai definir as áreas em que, em caso de apagão seletivo, não haja interrupção do fornecimento.
— Estamos configurando esse pedido, para uma audiência na semana que vem, com o ministro de Minas e Energia, para podermos tratar disso. O plano significa definir as áreas que, de forma alguma, podem ser interrompidas. Um exemplo clássico é a Avenida Paulista, ali está o maior corredor de hospitais do país.
De acordo com Meirelles, o plano irá propor também que a população reduza o consumo elétrico e que o governo estimule outras maneiras de produção de energia, diferentes das que dependem de reservatórios de água.
— O que nós estamos aguardando é aquilo que foi feito em 2001 e 2002, que é uma proposta à população. Para que economize energia elétrica, para que racionalize o uso, que é a única maneira efetivamente de você contribuir. Tanto assim que em 2002 não houve, em nenhum momento, corte de energia, poque houve uma resposta muito rápida da população, economizando energia.
O secretário falou com a imprensa, após cerimônia de lançamento do Selo Energia Verde, que certificará empresas produtoras e consumidoras de energia limpa e renovável. Desenvolvido pela União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), em cooperação com a CCEE (Câmara de Comercialização de Energia Elétrica), o selo é entregue a empresas que usam pelo menos 20% da energia de fontes sustentáveis.
— A bioenergia é uma alternativa. A safra de cana-de-açúcar se faz em oito meses, exatamente quando se tem menos água, que é o período de seca. E é o momento que se pode ter geração de energia a partir do bagaço, que é um complemento muito importante. De acordo com a Unica, a estimativa é que, em dois anos, o setor consiga produzir cerca de 2 mil megawatts de energia a partir do bagaço da cana. (R7)