Em: 27/01/2015 às 16:14h por

Responsável pelo projeto de instalação de três Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) no Rio dos Patos, a ENERBIOS está estudando a possibilidade de utilizar parte dos reservatórios e estrutura das usinas KM 10, KM 14 e KM 19 para a geração de energia por meio de painéis fotovoltaicos, a conhecida “energia solar”. A ideia já foi posta em prática em países como França, Estados Unidos, Inglaterra, Japão e Índia. No Brasil, a colaboração entre essas duas fontes renováveis ainda é inédita. “Estamos avaliando os resultados para fazer do Rio dos Patos o primeiro experimento do país”, destacou o engenheiro eletricista Ivo Pugnaloni, presidente da Enerbios.

O projeto de Prudentópolis, de acordo com ele, está em fase de estudo ambiental e da análise dos riscos.“Precisamos estudar com cuidado os aspectos ambientais da instalação dos painéis flutuantes. É preciso levar em conta as necessidades de insolação para o desenvolvimento da vida normal nos reservatórios, tanto da fauna quanto da flora. Se os impactos forem significativos, não utilizaremos essa prática. Vamos analisar também a toxidade dos materiais envolvidos neste processo para, em caso de algum acidente, prevenir qualquer forma de contaminação”, explicou, mostrando otimismo. “Existem estudos no exterior que mostram que a sombra dos flutuantes pode ser aproveitada para favorecer, e não prejudicar, a vida nos reservatórios”, disse o executivo.

Por se tratar de uma prática nova, Pugnaloni descreve como acontece essa geração fotovoltaica aliada às PCHs. “Não se trata de cobrir todo o reservatório, mas parte dele e da infraestrutura das usinas: barragens, pátio do estacionamento, casa de força, escritórios, sala de comando, etc. Com isso, se economizam áreas que serão compartilhadas entre as duas usinas”.

As vantagens, explica o engenheiro, vão além de todos os prós atrelados à geração renovável. “Essa prática tem como benefícios a economia com subestações e linhas de transmissão, principalmente em períodos de menor afluência hídrica”. Para isso, a Enerbios já solicitou orçamentos de fabricantes de renome e a área jurídica da empresa está verificando as implicações legais e regulatórias da coexistência dos dois empreendimentos.