O projeto de interligação entre Roraima e o restante do país tem sido muito comentado e debatido entre os Ministérios de Minas e Energia e da Justiça. Edison Lobão, que ocupava a posse de Ministro de Minas e Energia, havia encaminhado à José Eduardo Cardozo uma carta, cobrando o término desta implícita notícia que mexia no setor elétrico do país, que em Roraima utiliza de 121 quilômetros da linha de transmissão passando pela terra indígena Waimiri Atroari.
Lobão detalha na carta obtida pelo jornal ‘O Estado de S. Paulo’ que, apesar da liberação e aprovação do projeto por parte do Ibama, a Fundação Nacional do Índio (Funai) não havia dado sua deixa para tal liberação de projeto, órgão vinculado do Ministério da Justiça. Na carta, ele argumenta sobre precisar de “apoio necessário do Ministério da Justiça com o objetivo de que possamos equacionar o assunto”. A carta contém artigos e documentos sobre o projeto e suas consequências.
O ex-Ministério de Minas e Energia ressalta que, somente neste ano, será necessário cerca de R$ 445 milhões de gastos para geração térmica, que abastecerá a capital Boa Vista e a região metropolitana devido a falta ligação com o restante do país. Afirma também que caso a Venezuela corte a distribuição para o Estado, o custo poderá passar de R$ 1 bilhão.
Três semanas antes da carta, reportagem do jornal revelou que o consórcio Transnorte Energia, formado por Eletronorte e Alupar, havia formado uma possível devolução da concessão da linha de transmissão que ligaria Boa Vista a Manaus, devido aos problemas ocorridos nos últimos três anos.
Caso o projeto for aprovado, em janeiro de 2016 Roraima tornaria a participar do sistema integrado nacional, deixando sua dependência pelas térmicas a petróleo e não importando mais energia elétrica do país vizinho Venezuela.