O Brasil não precisou decretar racionamento de energia elétrica em 2014, “como defendiam insistentemente os críticos do governo, porque, nesse setor, o governo trabalha com planejamento e executa o que planeja”, afirmou o Ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, ao instalar, na última quinta-feira (13/11) encontro técnico para a discussão do Plano Nacional de Energia 2050.
“Durante todo o ano fomos acutilados por previsões pessimistas, numa campanha indormida, de que estávamos caminhando para um mergulho denso em um racionamento. Baseados na segurança do nosso planejamento, resistimos. O planejamento indicava a geração e a transmissão necessárias, e, assim, ninguém foi compelido contra sua vontade a economizar ou deixar de usar energia”, disse o Ministro.
No discurso de lançamento do plano, Edison Lobão disse ter “orgulho do corpo técnico e das instituições que integram o Ministério”. Por isso, considerou uma “agressão” as críticas de que não haveria planejamento no setor elétrico.
Também participaram da abertura o Secretário-Executivo do MME, Márcio Zimmermann, o Secretário de Planejamento e Desenvolvimento Energético do MME, Altino Ventura, o diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Romeu Rufino e o Diretor da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), Amilcar Guerreiro.
PNE 2050
O PNE 2050 traça os cenários socioeconômicos nesse horizonte, os desafios para atender a demanda e as estratégias e políticas para garantir a segurança e a qualidade do suprimento energético ao longo prazo.
O Plano Nacional de Energia leva em consideração as variáveis de mercado, questões socioambientais e os potenciais avanços tecnológicos para realizar suas estimativas. No evento da última quinta-feira foram debatidos duas das cinco partes do PNE 2050: o cenário econômico e a demanda. O PNE 2050 é o segundo estudo de longo prazo realizado pelo MME e EPE. Em 2007, foi lançado o Plano Nacional de Energia 2030 (PNE 2030), o primeiro estudo na esfera governamental com a visão de planejamento integrado de energia.
O estudo do componente socioeconômico analisa eventos que influenciam o setor energético desde a publicação do documento anterior, como o forte ganho de competitividade obtido pela energia eólica no Brasil, a ampliação da geração solar, o aproveitamento do shale gas, o debate sobre as mudanças climáticas, além de eventos econômicos e sociais desse período. Os estudos também visam a antecipar as possíveis inovações e eventos que possam produzir mudanças na sociedade e no seu relacionamento com a energia.