Em: 12/11/2014 às 16:12h por Abrapch

Apesar de todo o cenário desfavorável e do índice pluviométrico baixo, as previsões de órgãos como o Operador Nacional do Sistema (ONS) são de que o Brasil não sofrerá com racionamentos durante o verão e no próximo período seco. Mas isso não significa que a energia para suprir a demanda nacional seja gerada de forma limpa e renovável. De acordo com um estudo realizado pela empresa Safira, essa falta de chuvas e o baixo nível dos reservatórios obriga o país a manter a produção por usinas térmicas fósseis em índices altos para evitar medidas extremas como aconteceu em 2001 com o “apagão”.

No panorama atual, os reservatórios das regiões Sudeste e Centro-Oeste se encontram com 18% da capacidade e devem fechar o mês de novembro abaixo dos 17%, segundo previsões do ONS. No entanto, com o período de chuvas por vir, a expectativa é que esses índices se multipliquem e os reservatórios se recuperem, chegando a até 60% no fim de abril. É um número superior aos 39% registrados no mesmo período deste ano, mas que não permitem que as prejudiciais e caras térmicas sejam desligadas.

“O fato é que estamos dependendo da chuva. O sistema está em stress e o nível dos reservatórios está baixo. As térmicas devem ficar ligadas e dependeremos muito do próximo período úmido”, analisa o engenheiro eletricista Fábio Cuberos, gerente de regulação da Safira, afirmando que essa fonte suja terá que operar a todo vapor durante o período chuvoso. “Se chegarmos a 55% ou 60% da capacidade no final do período úmido, não teremos problemas de desabastecimento, desde que o ONS mantenha as térmicas, como tem sido sinalizado. Desligar as térmicas nesse cenário esperado seria uma temeridade”, alertou.