Os baixos níveis dos reservatórios em diversos estados são um problema que ligaram o sinal de alerta e deixaram o Brasil todo preocupado, com receio que a geração de energia não fosse suficiente para atender a demanda. O velho “fantasma” do racionamento de 2001 volta à tona. No entanto, os órgãos responsáveis pelo setor descartam que aquela medida extrema do início do século se repita. Quem reforçou esse discurso mais recentemente foi Márcio Zimmermann, secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia (MME), que nesta nesta quinta-feira (6) destacou o equilíbrio do sistema energético brasileiro e descartou um novo “apagão”.
Durante a abertura do 14º encontro dos associados da Associação Brasileira dos Produtores Independentes de Energia Elétrica (Apine), Zimmermann afirmou que o abastecimento de energia do país está assegurado – mesmo com os reservatórios do Sudeste, por exemplo, estarem em níveis alarmantes. Isso é possível pelo planejamento de curto, médio e longo prazo que é realizado. De acordo com o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE), o sistema está em equilíbrio estrutural e há sobra de 6.600 megawatts (MW) médios.
“Houve quem dissesse que tínhamos um o risco de racionamento era de até 100%. E o que dizíamos era que se tratava de uma questão muito técnica, que envolve modelos sofisticados de cálculo e avaliação, e que nada apontava nessa direção. Se o sistema estava sob controle a oito meses da estação chuvosa, no começo do ano, agora que entramos no período de chuvas é claro que o risco é bem menor”, afirmou o secretário-executivo do MME.
Apesar disso, o risco de faltar energia nas regiões Sudeste e Centro-Oeste em 2015 chegou ao nível máximo tolerado pelo governo federal. De acordo com o CMSE, os valores de risco de haver qualquer déficit de energia no próximo ano nesse submercado é de 5%, o teto do critério de planejamento estabelecido pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE).
Transparência do setor
Aliado a isso, Zimmermann destacou que toda essa análises dos riscos é realizada com base em modelos validados e auditados. Ou seja, são processos em que a transparência é um dos pontos colocados em evidência. Tanto que os dados e levantamentos realizados com essas análises são disponibilizados publicamente com a finalidade de reforçar esse princípio do acesso à informação
“Quando o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico divulga uma nota ao final da reunião, aquela é uma informação que está disponível para todos. Eu tenho certeza de que esse setor, da forma como trabalha, é um dos mais organizados na sociedade brasileira, e que respeita contratos”, concluiu Zimmermann.