Em: 03/11/2014 às 15:37h por Exame

A energia solar passou com louvor no teste para a estreia em escala comercial no país. O interesse dos investidores superou as expectativas do mercado no Leilão de Energia de Reserva (LER), realizado na sexta-feira. Foram oito horas de concorrência acirrada, que colocaram a disputa como a mais competitiva da história, com 104 rodadas.

O preço médio oferecido ficou 17,9% abaixo do teto de R$ 262 por megawatt-hora (MWh), a R$ 215,12/MWh, rompendo com folga a barreira dos R$ 250, que era apontada por especialistas como um patamar mínimo de atratividade dos projetos. O volume de contratação também ficou acima do esperado. O governo comprou 1.048 MW em capacidade instalada, equivalente a um décimo da potência de Belo Monte.

O apetite dos fabricantes de painéis solares em ingressar no mercado brasileiro foi determinante para o deságio elevado, afirmou Ana Karina de Souza, líder de energia do Machado, Meyer, Sendacz e Opice Advogados. “Com a demanda fraca nos mercados desenvolvidos, os produtores estrangeiros abriram mão de margens para aproveitar a oportunidade de entrar no Brasil”, disse.

A ofertante mais agressiva foi a espanhola Fotowatio, que emplacou dois parques solares no Ceará, com preço de R$ 200 por MWh. Outra empresa estrangeira com participação relevante foi a italiana Enel Green Power, que já atua em energia eólica no Brasil, e conseguiu levar mais sete parques solares, todos na Bahia. O Estado concentrou a maior parte dos 31 projetos vendidos, com 14 parques, seguido por São Paulo, com nove.

A Renova Energia, que fechou contrato para venda de energia em quatro parques solares em território baiano, afirmou que chegou a condições vantajosas com a SunEdison, líder mundial em fabricação de equipamentos para geração fotovoltaica. Os contratos de fornecimento foram fixados em reais, o que reduziu o risco cambial. Além disso, os equipamentos vão atender aos requisitos de conteúdo nacional exigidos pelo BNDES para concessão de crédito subsidiado.