Uma combinação de ganhos não recorrentes não deve ser suficiente para compensar o forte impacto do déficit de geração hídrica nos custos da Energias do Brasil no terceiro trimestre, apontam analistas. A média das projeções de quatro casas de análise – Itaú BBA, Goldman Sachs, Citi e Santander – é de lucro líquido de R$ 130 milhões no período, com queda de 35% em relação a intervalo equivalente de 2013. Para a receita líquida, as estimativas são de crescimento de 17,7% na mesma base de comparação, para R$ 1,94 bilhão.
A alta na receita deve ser ofuscada por conta dos gastos com compra de energia, para cobrir tanto o déficit nas geradoras do grupo quanto das distribuidoras, que precisaram recorrer aos preços elevados do mercado de curto prazo para manter o abastecimento. A expectativa é que o resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, em inglês) caia 51%, para R$ 310,5 milhões.
Ao contrário do que aconteceu no primeiro semestre, o segmento de distribuição deve ter uma contribuição mais favorável para os resultados do que o de geração. A empresa vai contabilizar apenas nesse trimestre o empréstimo autorizado em agosto pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para cobrir os gastos com compra de energia do segundo trimestre, dentro da chama “Conta ACR”.