O setor elétrico passa por um momento delicado. Qualquer um dos candidatos à presidência – Dilma Rousseff ou Aécio Neves – teriam problemas a enfrentar no segmento. Reeleita com 51,64% dos votos válidos, Dilma terá desafios ainda maiores que os de 2014. A presidente terá que torcer para chover e ainda assim terá que lidar com reservatórios em níveis muito baixos. No final deste mês, segundo o Operador Nacional do Sistema Elétrico, os reservatórios do Sudeste/Centro-Oeste deverão fechar em 18,4% do nível de armazenamento, menor que na época do racionamento. Além disso, a tendência é que as tarifas de energia aumentem consideravelmente, visto os vultuosos empréstimos realizados para cobrir a exposição involuntária das distribuidoras, impactando diretamente na inflação, outro ponto sensível de seu governo. Os preços no mercado de curto prazo deverão continuar altos, pelo menos até 2016, de acordo com especialistas do setor, pressionando principalmente o setor industrial.
Nivalde de Castro, coordenador do Grupo de Estudos do Setor Elétrico da UFRJ, aponta que o setor está passando por uma crise real, que é a crise hídrica, associada a uma crise financeira de grandes proporções. Um exemplo disso, segundo ele, é que o setor elétrico teve que contratar o maior empréstimo de capital de giro da história da república brasileira para sanar a dívida das distribuidoras com exposição involuntária. O empréstimo alcançou o valor de R$ 17,8 bilhões. “O setor está passando por uma crise de proporções graves. O governo tem consciência disso. A Dilma já deu sinalização de que vai buscar um consenso, no sentido de resolver essa crise, o que não acontecerá no curto prazo”