Em: 08/10/2014 às 17:01h por Jornal da Energia

A falta de chuva em diversas regiões do país, principalmente no Sudeste, aponta para a necessidade de se prosseguir com os investimentos em usinas nucleares. A seca, além de afetar o fornecimento de água para a população, também compromete a geração de energia das hidrelétricas, aumentando a importância das nucleares. A avaliação é de especialistas que participaram nesta terça-feira (7/10) do 3º Seminário sobre Energia Nuclear, na Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ).

O presidente das Indústrias Nucleares do Brasil (INB), Aquilino Senra, frisou que a matriz energética brasileira é muito baseada na hidroeletricidade, que vem sendo afetada pelas reiteradas e prolongadas secas nos últimos anos. “No Brasil, a produção hídrica contribui com 92% de toda energia gerada. Os 8% restantes vêm de uma complementação térmica, na qual a nuclear tem um papel de 4%. Essa situação de baixos reservatórios levará a uma tomada de decisão mais rápida sobre a expansão da produção de energia nuclear. É inevitável, nas próximas décadas, um potencial de crescimento nuclear”, disse Senra.

O supervisor da Gerência de Análise de Segurança Nuclear da Eletronuclear, Edson Kuramoto, disse que a menor quantidade de chuva nos últimos anos forçou o governo a utilizar totalmente as usinas térmicas, incluindo as nucleares, para garantir o fornecimento. “Hoje está demonstrado que a matriz energética brasileiras é hidrotérmica. Desde 2012, com a redução das chuvas, os reservatórios estão baixos e as térmicas foram despachadas justamente para complementar a falta da geração hidráulica. A energia nuclear tem que ser lembrada, porque o Brasil domina o ciclo e nós temos grandes reservas do combustível”, disse Kuramoto.