A Resenha Mensal do Mercado de Energia Elétrica, divulgada pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE), apontou um acréscimo de 4,1% no consumo de energia elétrica de fevereiro, em comparação com o mesmo período de 2011. A demanda, que alcançou 36.974 GWh, foi puxada principalmente pelos setores industrial e comercial, com 4,5% de alta. Já o consumo residencial apresentou expansão de 2,8%. Os números mostram recuperação frente a janeiro, quando a comparação com o mesmo mês de 2011 apontava para uma expansão de apenas 1,6% no consumo.
De acordo com o relatório, a energia utilizada pelas indústrias somou 15.152GWh em feveriro, impulsionada pelo crescimento nas regiões Norte (14,9%) e Centro-Oeste (22,8%). Na região Nordeste, houve alta de 10,5% na comparação com 2011 e, no Sul, de 3,7%. Em contraponto, a região Sudeste teve o consumo praticamente inalterado, com ligeira variação positiva de 0,7%.
Segundo a EPE, a demanda industrial em fevereiro foi bastante próxima à previsão – e ficou 0,5% acima da esperada. Diferentemente do consumo anunciado em janeiro, que ficou 1,8% abaixo da expectativa do órgão. Para março, os técnicos do governo estimam um consumo 3,4% superior ao do mesmo mês de 2011, e, no consolidado de 2012, a expectativa é de que haja um crescimento de 4,7% no setor industrial.
Já o consumo de energia elétrica na classe comercial cresceu em ritmo mais lento que o verificado no ano passado. A alta de 4,5% em fevereiro (6.620 GWh) registra desempenho abaixo da média dos últimos 12 meses, que foi de 5,7%.
A região Sudeste novamente apresentou fraco desempenho frente às demais, com taxa de 0,9% em comparação com fevereiro de 2011. Já no Nordeste, o consumo cresceu com tava elevada, de 8,2%, puxado pelo movimento de turistas durante o Carnaval. As regiões Nordeste e Sul, somadas, contribuíram com 188 GWh – cerca de 60% do acréscimo de energia verificado em fevereiro no consumo comercial nacional (287 GWh).
No segmento residencial do País, houve alta de 2,8% na demanda, com consumo de 9.687 GWh. A EPE pondera que, em 2012, o dia a mais do ano bissexto atenuou em parte o efeito redutor do Carnaval – que levaria a menos dias úteis de faturamento. Em 2011, porém, também houve esse efeito, uma vez que a comemoração naquele ano ocorreu em março.
Com temperaturas mais baixas do que no ano passado, sobretudo no Sudeste – que representa 53% do consumo nacional – o crescimento na classe residencial foi limitado. No Nordeste, a demanda teve expansão de 6,3%, tendo sido consumidos 100 GWh a mais que em fevereiro de 2011. A região teve, para ajudar, o maior número de dias com temperaturas máximas acima do histórico. Ceará, Maranhão, Piauí e Bahia contribuíram juntos com 70GWh do consumo regional.
Temperaturas mais altas no Rio Grande do Sul também foram responsáveis por puxar a elevação do consumo residencial na região Sul em 4,8%. Na região Centro-Oeste a demanda aumentou 5,5%, e, no Norte, o estado do Amazonas (23,1%), onde o clima foi menos quente, porém mais seco (menos chuvas no mês), puxou a taxa da região (11,2%) — a maior entre as cinco do País.