Alguns projetos de alta tecnologia de energia solar que consumiram investimentos elevados não estão atingindo as expectativas prometidas por seus incentivadores sobre o volume de eletricidade que seria gerado.
A tecnologia de energia solar térmica concentrada, ou energia heliotérmica, que usa espelhos para captar raios do sol, já foi considerada um avanço que superaria as antigas fazendas de painéis solares. Mas uma série de erros e dificuldades técnicas ameaça tornar a ultramoderna tecnologia heliotérmica obsoleta.
O projeto Ivanpah de US$ 2,2 bilhões, no deserto californiano de Mojave, deveria estar gerando mais de um milhão de megawatts-hora de eletricidade por ano. Mas, 15 meses depois de entrar em operação, a usina está produzindo apenas 40% daquele montante, segundo dados do Departamento de Energia dos Estados Unidos.
A enorme usina usa “torres de energia” — grandes pilares cercados por mais de 170 mil espelhos, cada um do tamanho de uma cama “king size” — para captar os raios do sol e produzir o vapor utilizado na geração de eletricidade. Fabricado pela BrightSource Energy Inc. e operado pela NRG Energy Inc., NRG +0.52% o projeto de Ivanpah havia sido apresentado como uma usina mais confiável que as de painéis solares, em parte porque ele se parece mais com as usinas de energia convencionais, que queimam carvão ou gás natural. A usina pertence à NGR em sociedade com o Google Inc. GOOGL +0.36% e outros investidores.
Acontece que muita coisa pode dar errado com a nova tecnologia. A substituição de equipamentos quebrados e o aprendizado de melhores formas de operar a variedade complexa de máquinas têm impedido a Ivanpah de atingir todo seu potencial, diz Randy Hickok, vice-presidente sênior da NRG. A nova tecnologia de energia heliotérmica não é tão simples como as instalações tradicionais de painéis solares. Como os antigos painéis solares fotovoltaicos já estão no mercado há várias décadas, eles melhoram em eficiência e preço todos os anos, diz ele.
(The Wall Street Journal)