Em: 12/06/2015 às 15:31h por

Alterações no modelo atual de comercialização previstas em projeto de lei da Câmara dos Deputados pode mudar nos próximos anos as relações de consumo de energia elétrica no Brasil e acabar com o monopólio das empresas de distribuição. O projeto sugere alterações para permitir que em 2022 consumidores cativos do chamado grupo B (baixa tensão), que têm as distribuidoras como única opção de acesso ao serviço, possam comprar energia de qualquer concessionário, permissionário ou autorizado de energia elétrica do Sistema Interligado Nacional. 

A portabilidade será aplicada a qualquer unidade consumidora de alta e de baixa tensão, que recebe energia contratada por essas empresas em leilões no mercado regulado. A proposta original do deputado Antônio Carlos Mendes Thame (PSDB-SP) é de que sejam estabelecidos novos critérios de elegibilidade para que a abertura do mercado a outros tipos de fornecedores ocorra gradualmente já a partir 2016. 

O alcance do Projeto de Lei 1.884, de 2015, ficou mais amplo após ser acrescido de outras propostas de mudanças no modelo setorial que estavam em tramitação na Câmara, uma delas a do deputado Marcelo Squassoni (PRB-SP). Além de ampliar o acesso ao mercado livre, ela estabelece mudanças nas licitações de geração de energia. O resultado da fusão foi apresentado oficialmente nesta quinta-feira,11 de junho, em reunião de instalação da Frente Parlamentar Mista em Defesa das Energias Renováveis, Eficiência Energética e Portabilidade da Conta de  Luz. 

“A vantagem desse projeto é que ele trata de coisas concretas. Isso nos ajuda muito, porque a grande vantagem das frentes parlamentares é ter foco”, explicou Mendes Thame (PSDB-SP), que também é presidente da Frente Parlamentar. Defensor da ideia, o presidente executivo da Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia, Reginaldo Medeiros, lembra que todo o modelo do setor eletrico sempre foi aprovado pelo Congresso Nacional e que eventualmente ajustes nas regras têm de ser feitos. “Tivemos [mudanças] inclusive no próprio mercado livre. Foi uma iniciativa do Congresso Nacional a criação do consumidor especial, que deu um grande desenvolvimento para as fontes novas e renováveis”, destaca Medeiros.(Canal Energia)