As fontes de energia renováveis chegaram para ficar e o Brasil tem um grande potencial de crescimento neste setor. Esta foi uma das análises presentes no painel Energia — os desafios para o crescimento econômico, conduzido pelo presidente da Tractebel, Manoel Arlindo Zaroni Torres, e pelo presidente do grupo Weg, Harry Schmelzer Jr., no primeiro dia da Expogestão.
A pressão mundial na direção de fontes sustentáveis ganhou intensidade desde o início dos anos 2000, como reflexo de estudos sobre os impactos do aquecimento global e acordos internacionais que moldaram a legislação de países desenvolvidos e em desenvolvimento com metas de eficiência energética.
Para Harry Schmelzer Jr., entre as fontes renováveis, a que vai ter impulso mais rápido no Brasil é a eólica. Segundo o executivo, o mercado é muito bom e o potencial enorme. Em relação à energia solar, afirma que a indústria não está consolidada e os investidores brasileiros ainda estão experimentando, fazendo investimentos menores. O último leilão foi uma prova, os principais investidores eram estrangeiros. O painel solar ainda é importado e o desenvolvimento no mercado doméstico ainda é uma incógnita e depende de incentivo do governo.
Schmelzer Jr. estima que os dois vão ser muito importantes, mas o eólico nestes próximos cinco anos e o solar somente daqui a cinco anos começa a ter significância maior. Previsão apresentada por Zaroni indica que o parque eólico brasileiro vai crescer 1000% até 2023.
O presidente do grupo Weg também enfatizou a necessidade de não se pensar apenas no futuro, mas reduzir o consumo de energia a partir da substituição de equipamentos antigos no parque industrial — algo para o qual os empresários ainda não acordaram.
A empresa calcula que 2,3 gigawatts de potência instalada pode ser obtida apenas através da energia conservada substituindo-se os motores. A energia conservada representa 6% de toda energia consumida pela indústria brasileira e o investimento para obtê-la equivale a 25% do valor da energia distribuída.
(A Notícia)