Em: 05/05/2015 às 15:48h por

Apesar da expectativa inicial ter sido maior, as Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) foram as protagonistas do leilão de energia A-5 (prazo de cinco anos para concluir os projetos) realizado pelo governo federal na quinta-feira. Dos 14 empreendimentos que comercializaram a sua produção e por consequência sairão do papel, oito eram usinas dessa natureza, sendo que uma delas será implementada no Estado, no Rio das Antas.

O complexo gaúcho será construído pela empresa Serra dos Cavalinhos I Energética, entre os municípios de Monte Alegre dos Campos e São Francisco de Paula. A estrutura terá capacidade instalada de 25 MW e absorverá um investimento na ordem de R$ 219,6 milhões. Analisando o total no País, o leilão viabilizará a implantação de 1.973,3 MW (cerca da metade da demanda média de energia do Rio Grande do Sul), que implicarão um aporte de aproximadamente R$ 6 bilhões. Além das PCHs, venderam energia projetos hidrelétricos de maior porte, térmicas de biomassa e a gás natural. O preço médio da energia licitada foi de R$ 259,19 o MWh, abaixo dos R$ 281,00 do custo marginal de referência, e 50 empreendimentos estavam habilitados a concorrer.

O presidente executivo da Associação Brasileira de Geração de Energia Limpa (Abragel), Charles Lenzi, admite que esperava que mais PCHs fossem exitosas no leilão, já que foram 25 as habilitadas. Porém, considera um sinal positivo o volume de 164,33 MW de potência instalada que será encaminhado pelas usinas vencedoras. Lenzi lembra que o número é maior do que os 90 MW comercializados pela fonte eólica no leilão A-3 (três anos para os complexos serem finalizados) realizado na segunda-feira passada.

Além da PCH Serra dos Cavalinhos, o Rio Grande do Sul teve outra PCH e duas térmicas (uma a carvão e outra a biomassa) habilitadas a participar do leilão, mas essas iniciativas não conseguiram comercializar a geração de energia. O projeto gaúcho a carvão foi o único a ser habilitado utilizando como combustível o mineral de origem nacional. O presidente da Associação Brasileira do Carvão Mineral (ABCM), Fernando Zancan, argumenta que, devido a uma série de fatores, como empreendimentos em estágios iniciais, questões societárias e processos de licenciamento ambiental, não houve mais projetos a carvão participando do certame.

No caso da Eneva, que inscreveu um projeto de 600 MW, a ser construído no município de Candiota, o dirigente acredita que o fato de a empresa estar envolvida em um processo de recuperação judicial pode ter atrapalhado as condições de disputa para esse evento.