Fonte: ANEELAGENCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA – ANEEL
Nota à Imprensa
Você já imaginou um shopping de São Paulo comprando energia da Cemig, sediada em Minas Gerais? Ou uma indústria do Pará sendo abastecida por Itaipu, que fica no Paraná? Parece ficção, mas a partir de hoje isso está se tornando realidade graças a uma decisão da ANEEL, a Agência Nacional de Energia Elétrica.
Essa verdadeira revolução vai ser possível com o chamado Livre Acesso, uma nova regulamentação que está sendo lançada hoje e vai permitir que os grandes consumidores, chamados de consumidores livres, possam usar energia dos mais variados pontos do país e não mais só dos estados em que estão situados.
Com o Livre Acesso, um grande consumidor vai poder negociar diretamente com uma usina de energia a melhor tarifa e, depois, fazer uma espécie de frete para trazer essa energia até o local onde vai ser consumida. Para isso, depois de acertar o preço com a usina, a empresa só terá que pagar pelo custo de transporte da energia às empresas que exploram os 1,312 milhão de quilômetros de linhas de transmissão e distribuição existentes no Brasil.
Nessa primeira etapa, o Livre Acesso estará disponível apenas para os maiores consumidores de energia. Mas está nos planos da ANEEL ampliar essa possibilidade até que esse benefício chegue a qualquer consumidor. Segundo a ANEEL, daqui a três anos é possível que uma dona de casa possa pesquisar o preço da energia elétrica e escolher o seu fornecedor, em qualquer lugar do país.
‘O consumidor vai deixar de ser escravo da tomada’, diz o diretor geral da agência, José Mário Abdo. ‘Estamos dando o primeiro passo para que essa liberdade de escolher o fornecedor de energia venha a estar acessível para qualquer brasileiro’, acrescenta.
Os especialistas prevêem uma aceleração em direção à liberdade escolha do consumidor quando começar a funcionar o Mercado Atacadista de Energia. Esse mercado é uma espécie de Bolsa de Valores, no qual empresários vão poder ‘vender’ e ‘comprar’ energia como hoje se faz com outras mercadorias como boi gordo, feijão ou ações.
Esse modelo também tem como vantagem o direcionamento dos investimentos em geração de energia elétrica. A construção de usinas em Fortaleza ou no Rio de Janeiro, por exemplo, que têm carência de geração, será estimulada porque os custos de transmissão dessa energia serão mais baratos que os de outras localidades.
