ANEEL estimula projetos de geração de energia a partir de fontes renováveis

Fonte: ANEEL
ANEEL estimula projetos de geração de
energia a partir de fontes renováveis

As comunidades isoladas da Amazônia Legal serão orientadas pela ANEEL sobre como gerar energia elétrica com a utilização de fontes renováveis, em substituição ao óleo diesel. Esta é uma das prioridades da Agência para várias localidades da região que têm dificuldade de acesso à eletricidade.
Para viabilizar essa idéia, a ANEEL assina hoje, às 17:30h, com a Fundação de Apoio Institucional Rio Solimões (Unisol), instituição vinculada à Universidade do Amazonas, convênio no valor de R$ 450 mil que será aplicado na implantação de dois projetos-piloto. A entidade desenvolverá esse trabalho em duas reservas extrativistas localizadas na Região Amazônica, devendo concluí-los em 12 meses.
A assinatura do convênio ocorrerá no auditório da ANEEL e contará com as presenças do diretor-geral da ANEEL, José Mário Miranda Abdo, o diretor da Unisol, prof. Jorge de Andrade Filho, o senador Bernardo Cabral (PFL-AM), o reitor da Universidade do Amazonas, prof. Walmir de Albuquerque Barbosa e o reitor da Universidade de Brasília, prof. Lauro Morhy.
Em Carauari (AM), o convênio prevê a instalação, na Reserva Extrativista do Médio Juruá, de um sistema de geração de 115 kW, à base de óleo vegetal, que irá beneficiar cerca de 50 famílias da comunidade do Roque. Naquele local vivem 2.500 pessoas, sendo a seringueira a principal atividade comercial. Já em Guajará-Mirim (RO), dentro da área da Reserva Extrativista do Rio Preto, será montado um sistema que funcionará com energia solar, gerando 1,2 kW. Na região, 700 pessoas atuam na exploração da castanha, da copaíba e da seringueira.
A Unisol, ao final dos trabalhos, terá que apresentar, para cada uma das experiências, projetos de eletrificação que viabilizem as atividades extrativistas já desenvolvidas pelas comunidades locais. ‘Queremos, desta forma, oferecer energia elétrica com mais qualidade para as populações isoladas da Amazônia, com a preocupação de preservar o meio ambiente’, enfatizou José Mário Abdo, diretor-geral da ANEEL.
As oleaginosas nativas da Amazônia (andiroba, murumuru e buriti, entre outras) são um substituto natural do óleo diesel. A ANEEL escolheu as reservas de Rio Preto e Médio Juruá pois são áreas preservadas e monitoradas pelo IBAMA, reunindo as populações em cooperativas de extrativismo, favorecendo a implementação do convênio.
O óleo diesel atualmente utilizado em diversas termelétricas na Amazônia é subsidiado pela chamada Conta de Consumo de Combustíveis (CCC), que é paga pelos consumidores de energia elétrica de todo o Brasil, sendo recolhida mensalmente pelas concessionárias. Com a Resolução 245, de 11 de agosto de 1999, a ANEEL está incentivando a substituição do uso do óleo diesel em toda a região. A CCC torna-se, assim, um fundo de financiamento com potencial de cerca de R$ 330 milhões por ano.
Projetos dessa natureza estão inseridos no esforço brasileiro pela redução da emissão de gases poluentes que provocam o efeito estufa, tornando-se uma alternativa viável para a substituição do uso do óleo diesel na produção de energia elétrica, atualmente subsidiado pela CCC.