Fonte: ANEELA Resolução ANEEL nº 290, de 3 de agosto de 2000, prevê a implantação do Mercado Atacadista de Energia Elétrica (MAE) em três etapas. A primeira com precificação mensal, a segunda semanal e, por fim, a etapa horária. Essas etapas estão intrinsecamente ligadas ao processo de desenvolvimento e validação dos modelos utilizados tanto pelo MAE quanto pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) no planejamento da operação do sistema interligado. A cadeia completa desses modelos, desenvolvidos pelo CEPEL (Centro de Pesquisas de Energia Elétrica), é composta pelos programas NEWAVE (mensal), DECOMP (semanal) e DESSEM (horário).
O programa NEWAVE realiza a otimização energética do sistema para um horizonte de cinco anos, mês a mês, trabalhando com o conjunto de reservatórios agregado por subsistema, considerando somente as restrições de intercâmbio de energia entre os subsistemas. Diante da necessidade de implantação do cálculo semanal de preços do MAE e não estando o DECOMP ainda testado e aprovado, a precificação semanal vinha sendo realizada através de atualizações semanais dos resultados mensais do programa NEWAVE.
No dia 15 de abril de 2002, o MAE e o ONS encaminharam relatório de validação do programa DECOMP, com horizonte de um mês discretizado em etapas semanais, denominado DECOMP determinístico. O programa DECOMP realiza a otimização da operação no curto prazo, períodos semanais, detalhando o sistema que foi representado de forma agregada no modelo NEWAVE, considerando as usinas de forma individualizada e todas restrições operativas do sistema. O DECOMP determinístico trabalha com um horizonte de planejamento de um mês, dividido em semanas e com vazões previstas.
O ONS, em conjunto com agentes do setor, vem realizando desde julho de 2001 uma aplicação experimental do DECOMP determinístico nos estudos dos Programas Mensais de Operação (PMOs) e suas revisões. Os resultados dessa aplicação indicaram a necessidade de ajustes no programa, o que foi realizado pelo CEPEL.
No MAE o uso do DECOMP determinístico é mais adequado que o procedimento atual para a precificação semanal. Para o ONS, a adoção do DECOMP no planejamento da operação, ainda que determinístico, permite uma evolução, na medida em que substitui o uso atual dos simuladores, que não têm reprodutibilidade de resultados, não sofreram processo formal de validação e que não permitem uma divulgação sistemática das restrições operacionais adotadas.
