O presidente da Empresa da Pesquisa Energética, Maurício Tolmasquim, afirmou no Palácio do Planalto que não existe previsão no momento de autorizar um novo empréstimo para cobrir as despesas das distribuidoras com a exposição residual e as termelétricas até o fim do ano. Tolmasquim explicou que o resultado das operações de abril no mercado de curto prazo está sendo acompanhado, mas, por enquanto, a avaliação é de que não há risco de faltar dinheiro para a liquidação que vai acontecer no próximo dia 9 de junho. “Se aparecer um problema, vamos ver qual é a solução”, acrescentou.
Dados da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica mostram que o saldo restante do empréstimo de R$ 11,2 bilhões para socorrro às distribuidoras é de R$ 2,27 bilhões. O volume de recursos a ser liquidado é de R$ 4,5 bilhões, mas ainda não está definido o quanto desse valor é resultante da exposição ou do combustível das termicas.
Tolmasquim explicou que o problema maior era a descontratação das distribudoras, o que foi praticamente resolvido com o leilão de energia existente, realizado no dia 30 de abril. Ele acredita que na liquidação de maio, que acontece em julho, será possivel verificar com mais clareza se haverá necessidade de nova captação de recursos para ajuda às distribuidoras esse ano. “O leilão já fez efeito e vai reduzir bastante o volume a ser liquidado no curto prazo”,garantiu.
Para o presidente da EPE, é preciso lembrar que as distribuidoras têm datas de reajuste diferentes e isso determina a situação de cada uma. Algumas delas tiveram suas tarifas reajustadas após o leilão quando os índices de correção foram maiores para cobrir os gastos com a compra de energia.
Sobre a situação das geradoras, que alegam perdas com a compra de energia no mercado de curto prazo para a cobertura dos contratos, Tolmasquim disse que, em princípio, isso faz parte das regras do negócio. Ainda não há um cálculo oficial sobre a exposição de agentes que participam do Mecanismo de Realocação de Energia, mas consultores estimam o prejuízo para 2014 em até R$ 20 bilhões.
“Tem um período seco e, nesse período seco, o gerador tem que deixar um hedge. Ele tem que fazer isso justamente para esses momentos”, explicou Tolmasquim. Ele destacou que sempre funcionou assim dentro do mecanismo de compartilhamento do risco hidrológico. A exposição decorrente da redução da energia gerada pelas hidrelétricas do MRE não afeta a todos os geradores. Parte deles com energia disponível tem lucrado com a alta do preço no mercado de curto prazo.