Atualmente, as comercializadoras de energia estão mais preparadas para lidar com o risco. De acordo com Érico de Mello, diretor de risco da comercializadora Bolt Energia, a comercialização vem passando por um amadurecimento. Os últimos acontecimentos do setor deixaram os agentes de comercialização mais atentos a todos os eventos e serviram de aprendizado. “A evolução do que aconteceu em 2012, quando foi o primeiro susto, em 2013 e agora em 2014 fez com que as empresas tivessem uma ótica mais positiva e mais cuidado em relação ao risco”, afirma.

Temas como a portaria 455, a CNPE 03 e a MP 579 deixaram as comercializadoras mais experientes. O executivo considera que as empresas tem uma dimensão maior do que representa o risco de mercado e estão melhor preparadas em termos de capital e estrutura. Segundo ele, o mercado livre ainda é uma coisa nova, com menos de duas décadas. Assim, é natural que as empresas revisitem o grau de risco constantemente. Ele lembra que a própria Bolt, criada em 2011, ampliou o raio de ação, agora atuando também na área de conservação de energia. “Fizemos isso por acreditar que temos um espaço para andar. Várias empresas tem feito movimentos para diversificar o risco que estão correndo”, aponta.
Mello acredita que até o fim do ano o cenário já esteja mais consolidado em termos de preço e regulação. Quando perguntado se acreditava que o risco aumentaria ou cairia até o fim do ano, ele relacionou o aumento ou a queda às diretrizes da comercializadora. “Quem define o tamanho do risco é a empresa”, conclui.