De toda a energia de hidrelétricas que será contratada até 2018, apenas 1 % terá reservatório de armazenamento. De acordo com Marcelo Prais, assessor da diretoria geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico, a fonte vai trazer mais 20,5 mil MW nesse período. No fim de 2013, ela representava 74,8% da matriz elétrica nacional e vai chegar em 2018 com 70,1%. A energia contratada de todas as fontes vai aumentar 29% no período, somando um total de 36,72 mil MW. “Noventa e nove porcento desse potencial que vai ser agregado está nas usinas dos rios Madeira e Teles Pires, Belo Monte e Amazônia. Somente 188 MW serão de reservatório técnico”, explica o executivo, que participou nesta segunda-feira, 26 de maio, do Fórum de Geração Termelétrica – Cenários, no Rio de Janeiro (RJ).
Ele explicou que é com esse panorama de ativos que ONS vai trabalhar nos próximos anos para operar o sistema. Ele conta que o desafio é grande, devido a essas e outras restrições que vem se apresentando, como os atrasos na transmissão. Prais frisou ainda que o ONS sempre pediu mais térmicas na base, para garantir a segurança do sistema. Segundo Prais, deve ser discutida a construção de reservatórios com capacidade de acumulação. Ele também pede mais debate para o aumento da participação de térmicas no médio prazo, a viabilidade da expansão da fonte nuclear no longo prazo. “Não existe solução que possa prescindir dos reservatórios e ao mesmo tempo achar que pode prescindir de geração térmica convencional”, ressalta.
Para ele, a atuação situação dos reservatórios, com índices mais baixos, é preocupante, mas ainda não é o momento para se decretar um racionamento de energia. “A situação não é favorável, mas o ONS não vai se furtar a acender sinais. O paciente ainda não está na UTI”, aponta. Ele também lembra que a situação desse ano tem um retrato diferente da de 2001. Ainda de acordo com ele, a carga tem apresentado um aumento médio de 4%.
Na projeção do ONS, serão inseridos 36,7 mil MW no sistema nos próximos quatro anos. As térmicas a gás devem reduzir a participação de 9,2% para 8,1% em 2018, ficando em 1.723 MW. Já as eólicas devem experimentar um aumento expressivo de 1,9% para 8,6%, ganhando mais 11,3 mil MW. A Biomassa vai sofrer uma redução de 5,4% para 4,9%, ganhando mais 1.124 MW.