Com um preço-teto considerado abaixo das expectativas para as geradoras privadas, a Petrobras poderá exercer o papel de salvadora do leilão A-0. A opinião é do consultor da Excelência Energética, Erik Rego, que esperava um preço-teto para o certame na faixa de R$350/MWh.
O preço fixado para os produtos por disponibilidade ficou em R$262/MWh e por quantidade em 271/MWh, conforme anunciou a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) nesta terça-feira (15/04). O leilão tem caráter emergencial e visa minimizar a exposição das distribuidoras de cerca de 3 mil MW médios.
“Achei o preço baixo. Do ponto de vista de um agente privado ele vai fazer uma comparação entre o que ele espera de preços no mercado livre, frente a esse preço. Nossa projeção de Preço da Liquidação das Diferenças (PLD) para o Sudeste é de R$1,3 mil. Esse valor de R$270/MWh me deixa um pouco frustrado, porque temos uma baixa contratação e agora, quem pode salvar o leilão, acho que é a Petrobras”, comentou.
O motivo é que a estatal poderia agir numa posição estratégica para o governo, independentemente da conta entre mercado livre e regulado, suprindo com suas termelétricas e gás natural um volume disponível de 2 mil MW médios. “Isso dá para tampar dois terços do buraco”, completou o consultor.
Sobre o assunto, o presidente da Associação Brasileira de Geradoras de Energia Elétrica (Abrage), Flávio Neiva, preferiu não opinar, já que a entidade é constituída por empresas públicas e privadas, o que acaba interferindo na estratégia individual de participação no certame.
No entanto, Neiva acredita que haverá grande concorrência pelo alto preço atingido pelo PLD nesse ano.
A reportagem entrou em contato com algumas empresas que haviam declarado interesse em ofertar energia ao certame, como a AES Tietê e Eletrobras. No entanto, a posição é de que a participação ainda está sendo analisada, de acordo com as condições do leilão e da disponibilidade de energia.