A diretoria da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) decretou nesta terça-feira (08/04) o fim da intervenção nas concessionárias Celtins, Cemat, Enersul, Companhia Força e Luz do Oeste (CFLO), Empresa Elétrica Bragantina, Caiuá, Companhia Nacional de Energia e Empresa de Distribuição de Energia Vale Paranapanema, que compreendem o grupo Rede Energia.
“No dia 31 de agosto de 2012 estávamos Romeu (Donizete Rufino, diretor geral da Aneel) e eu nesse colegiado declarando essa intervenção”, disse o diretor da Aneel, André Pepitone. “Agora, tenho a satisfação de olhar pra trás, ver o período de dificuldade que passamos, mas tendo a certeza de que, na medida do possível, fizemos um bom trabalho”, completou.
Em 28 de janeiro, a Aneel anuiu à transferência do controle societário das oito concessionárias do Rede para a Energisa. Agora, para por fim efetivamente a intervenção, basta o novo controlador lavrar a transferência nos livros societários das empresas e realizar assembleias para a eleição dos novos administradores.
Segundo a Energisa, para Enersul, Companhia Força e Luz do Oeste, Empresa Elétrica Bragantina, Caiuá, Companhia Nacional de Energia e Empresa de Distribuição de Energia Vale Paranapanema, tal procedimento ocorrerá na próxima sexta-feira (11/4). Para Cemat e Celtins, a intervenção se encerra no dia 14 de abril.
“Cabe registrar o grande desafio que foi essa intervenção. Empresas que estavam em situação absolutamente crítica do ponto de vista da gestão econômica e financeira e por decorrência já afetando a qualidade do serviço”, disse Rufino. Ele lembrou que a crise do Grupo Rede se iniciou com a Celpa, que entrou em processo de recuperação judicial antes de ser comprada pela Equatorial Energia.
“Todos os interventores estão de parabéns. Conseguiram conduzir os processos da melhor maneira possível. Tanto que as concessionárias chegam ao fim da intervenção em condições razoáveis no que diz a prestação do serviço”, disse Rufino. Ele ser refere aos escolhidos Issac Averbuch, Jerson Kelman, Jaconias de Aguiar e Sinval Gama, que tiveram plenos poderes para administrar as empresas durante esse período.
O diretor Reive Barros destacou que a Enersul, inclusive, conseguiu uma queda acentuada no controle de perdas. “As empresas mostraram que com uma gestão bem coordenada darão bons frutos e atender os seus consumidores de forma digna”, disse Barros.
Os diretores agradeceram a todo o corpo técnico presente nas distribuidoras, que mesmo em um momento de incertezas, colaboraram para manter os serviços funcionando.
Durante todo o processo, a Aneel evitou a aplicação de penalidades, deslocou o pagamento de encargos setoriais, e ajudou na renegociação de dívidas que estavam vencendo. Na época da intervenção, o Grupo Rede acumulava uma dívida líquida de R$5,7 bilhões.